Past is Past - POV NOAH PARKER

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Eu já estava de volta ao hospital com a energia renovada. Norbert tinha ido ao aeroporto buscar Ivy e no quarto andar eu me deparei com Grey sentado com a cabeça abaixada, sua boca se movimentava de forma apressada, porém não saia nenhum som.

Ele... Estava rezando?

Olhei incrédulo e sentei-me em minha cadeira habitual, já eram quase meia noite e eu nem acreditava que ainda era o primeiro dia de Phoebe ali. Quanto tempo será que ela iria ficar internada naquele estado?

De repente, uma vontade de rezar também tomou conta de mim.

Mas como se fazia isso?

A última vez que rezei foi a mais ou menos uns doze anos atrás e mesmo assim eu fui completamente ignorado. Qual era o sentido de ficar pedindo por algo que com certeza dependia do trabalho dos médicos e da ciência que pairava por ali?

Não que eu fosse um pagão, nada disso... Mas quando acontece uma tragédia na sua vida e a sua única opção é implorar por Deus e ele ignora totalmente suas preces, você se sente fraco e medíocre diante de tudo e se sentir fraco e medíocre não eram exatamente as melhores sensações.

Recostei a cabeça na cadeira e fiquei observando a porta da UTI. Eu nunca fixei o olhar em uma coisa tanto tempo... A não ser em Phoebe de costas... Porra!

A imagem dela parecia queimar minha retina e minha boca ficou tão seca que eu comecei a acreditar piamente que tinham jogado um caminhão de areia ali.

Ouvi passos ao meu redor e observei Grey vir em minha direção e sentar-se ao meu lado. A expressão serena em seu rosto só fez minha boca secar mais.

– Não quero brigar. – Sua voz fria era um contraste com sua expressão apaziguadora.

– Eu tenho que agradecer? – Minha língua parecia velcro descolando do céu da boca.

Ele bufou e não falou nada por um bom tempo.

– Você realmente a ama? – Enfim ele disse.

– Ela é a pessoa mais importante da minha vida, Grey. – Minha voz soou pelo ambiente vazio, estava fria e com um leve toque de irritação. Mas porra, era exatamente assim que eu me sentia. Irritado.

– Isso não responde a minha pergunta.

– Sim, eu a amo.

– E porque logo ela? – Me virei para encará-lo. Ele só podia estar de brincadeira comigo.

– Não sei. Porque logo a Anastasia? Vai saber. – Dei de ombros, ironicamente.

– Não confunde as coisas. Eu e Anastasia já éramos adultos quando nos envolvemos.

– E Phoebe é o que? – Quase rosnei. – Uma criança é que não é.

– Ela é minha filha e você não vai magoá-la como tem feito todos esses anos com outras mulheres.

Pro inferno com as outras.

– Não pretendo magoá-la e não vou fazer isso. As outras não significam nada.

– Nem Luna? – Ele arqueou uma sobrancelha e me encarou friamente.

– Luna é outra história. – Apoiei os cotovelos nos joelhos e olhei para frente. Acho que essa era uma boa hora para começar a rezar.

– Phoebe já sabe?

– Não.

– E como você me diz que não vai magoá-la se nem sequer contou a respeito de Luna para ela? – Ele quase gritou e se levantou.

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