Capítulo 3.

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Dilan.

Tentei me mexer na cama, sentindo algo pesado em cima do meu rosto. O empurrei, sufocado com seus pêlos.

-Smuff... - Tentei recuperar o fôlego, enquanto ele me olhava com os olhos brilhantes. - Bom dia, filho. - Dei carinho em sua cabeça, e ele lambeu meus dedos como resposta. Meus olhos ainda estavam pesados, e eu não tinha acordado completamente. Pisquei, bocejando logo em seguida.

Ontem, depois de comermos, fomos embora. Na ida, ficamos em silêncio. Eu me sentia envergonhado e tímido com seus olhos que pareciam mais intensos. Eu sentia algo novo dentro de mim, algo que nunca tinha sentido antes.

Um sentimento quente e perigoso, um sentimento de necessidade.

- Dilan! - Me cobri quando Tess entrou chutando a porta do meu quarto. - Conte-me tudo. - Ela se aproximou sorridente e se jogou ao meu lado na cama. Usei o travesseiro para esconder meu rosto, eu não queria conversar sobre esse tipo de coisa com a minha prima. - Nem comece, sua criança mimada! - Ela começou a puxar o travesseiro do meu rosto, e então pegou meu celular que estava no criado-mudo. - Eu ligo para Lory se você não me falar. - Ameaçou, se levantando da cama e se afastando.

- Você não ousaria... - Me levantei, me aproximando dela.

- Não duvide de mim, Peterson caçula. - Sorriu de maneira estranha, me forçando a parar.

- Smuff, morde ela! - Apontei, encarando Smuff, que apenas colocou a língua para fora e me olhou parecendo alegre. - Bom cachorro... - Suspirei, me aproximando de Tess que ria da cena. - Eu falo, agora meu celular. - Estiquei a mão, e ela me deu, completamente satisfeita.

- Comece. - A observei seriamente, enquanto ela se sentava na minha cama e colocava Smuff em seu colo. - Que pêlo macio, qual o xampu dele? - Juntei as sobrancelhas, me apoiando na parede atrás de mim.

- Sério isso? - Ela revirou os olhos, e então colocou uma mexa dos cabelos atrás da orelha. A observei, e então Tess gesticulou para eu continuar.

A contei tudo, com os mínimos detalhes possíveis. Na verdade, eu só falei "Nos beijamos e saímos para comer." Tive que fingir calmaria, mas na verdade eu estava morrendo de vergonha por ter que falar aquilo.

- E obrigado por ter me chamado. - Coçei o pescoço, não conseguindo encará-la. - Eu não iria para lá se você não tivesse me mandando aquela mensagem. - Tessa sorriu, me abraçando com força logo em seguida.

- Como foi o pedido de namoro? - Indagou radiante. Admirei seu sorriso feliz, sem saber como responder aquela pergunta.

- Não aconteceu. - Engoli em seco, encarando meus pés enquanto sentia o olhar incrédulo dela em minha pele. - Nós apenas saímos correndo pelas as ruas e comemos torta. - Sorri, me lembrando de como seu rosto ficou vermelho ao ver que tinha cobertura na ponto de seu nariz. - E, eu nunca a pediria em namoro agora. Não agora... - Molhei os lábios, passando a mão pelos cabelos. - Mesmo que ela me amasse como a amo, eu não faria isso agora. - Admirei os olhos de Tess, eles tinham um sombra triste e tentei não me culpar por aquilo.

- Você deveria conversar com ela. Você não devia enfrentar isso sozinho. - Neguei com a cabeça, sentindo meu peito dolorido.

- Claro que devo. Foi minha culpa, eu não quero que ela se preocupe com meus problemas. - Espremi só lábios, tentando segurar a angústia que me dominava. - Não seja como a mamãe, por favor me entenda. Eu tenho que lidar com isso. - Tess assentiu, e eu podia ver como aquilo doía nela. - Não se preocupe. Hoje eu tenho psicólogo, ela vai me ajudar. - Forcei um sorriso quando seus braços me cobriram com força.

Nós Crescemos [✓]Where stories live. Discover now