Capítulo 22.

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Lory.

Segurei o quadro com força, querendo me bater por ter deixado o mesmo no chão. Se tivesse acontecido algo com ele, certamente começaria a me xingar.

— O que é isso? – Din Indagou ligando o carro. Meu coração pulou com sua voz, memórias do que estava acontecendo naquela sala, fizeram minhas bochechas queimarem.

— Espere dar meia noite, e eu te falo – Murmurei timidamente. Quando eu era menor, cheguei a pensar em beijar Dilan, mas nada comparado ao que se passava em minha cabeça naquela hora.

Espremi os lábios, meu rosto estava em chamas.

Sem falar nada, ele ligou o carro, e nós saímos de lá.

— Por que você veio atrás de mim? Eu falei para me esperar lá fora – Indaguei encarando seu rosto de perfil. Din voltou os olhos castanhos para mim, um pequeno sorriso em seus lábios.

— Eu fiquei preocupado – Anunciou calmamente, a luz da lua entrava pelo parabrisa e iluminava seu rosto sorridente. Suspirei, me perguntando o porquê de meu coração ser tão entregue a ele.

— Você é doido – Murmurei para Dilan. Din riu, passando o braço por meus ombros e me puxando para ele.

— Seria clichê se eu falasse: "doido por você", então eu escolho: "um doido que te ama", ou talvez: "o doido que você ama" –  Revelou roubando uma risada discreta de mim. Ele riu junto, fazendo meu coração pular.

Encolhi os ombros, fitando seu rosto tão próximo ao meu. Não conseguia evitar de sorrir.

— Você pode estar certo – Bati com o cotovelo em seu peito, e então rimos alto. Ficar alguns minutos com Dilan era o suficiente para me esquecer de tudo de ruim do mundo, e eu queria ser capaz de causar esse efeito nele também. — Acho melhor você começar a olhar para a pista – Avisei, observando seus olhos focados em mim. Ele sorriu, afastando seu rosto sem pressa e fitando a estrada a nossa frente.

— Para onde vamos agora, mestra? – Apreciei aquele apelido sendo pronunciado por ele. Limpei a garganta, sorrindo para seu rosto de perfil.

— Casa da Tessa. Ela merece ir com a gente.

                              ...*...*...

Din estacionou o carro, e rapidamente, sai dele, deixando o quadro no banco. A brisa fria da noite me recebeu, me fazendo passar as mãos por meus braços e abraçar meu corpo.

Caminhei até a casa de Tessa, indo para a parte de trás. Senti Dilan logo atrás de mim.

— Lory, Tessa odeia ser acordada – Revelou em voz baixa. Ignorei suas palavras. Eu queria logo falar para ela tudo que está acontecendo.

Soltei o ar lentamente, minhas veias tremiam de ansiedade. Em silêncio, peguei uma pedra do chão e a joguei na sacada de Tessa.

Fiz isso mais umas três vezes, até a ruiva aparecer de camisola na sacada. Ela ficou paralisada, me encarando em silêncio.

— Oi – Acenei para ela, encarando seu rosto amassado no escuro, seus cabelos ruivos e rebeldes estavam bagunçados. Me perguntei se ela já estava dormindo a essas horas.

— Lory? – Indagou me fazendo rir. — Dilan? – Sua voz ficou animada, e um sorriso malicioso brotou em seus lábios. — O que vocês fazem a essa hora na rua, em? – Se debruçou sobre a cerca, sua voz era sugestiva.

— Hum, safados. – Juntei as sobrancelhas quando Becca apareceu na sacada. Ela ficou por trás de Tessa, abraçando seu corpo. — Estavam se comendo no carro? – Indagou com a voz macia. Neguei rapidamente com a cabeça, minha voz ficou presa na garganta, queimando minhas bochechas. — Brincadeirinha – Cantarolou sorrindo para nós. — O que fazem aqui? – Indagou entre risos, Tessa a seguia.

Nós Crescemos [✓]Where stories live. Discover now