Capítulo 23.

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Musica indicada para ler o capítulo, acima.

Dilan

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Dilan.

Meus olhos ainda estavam naquela pintura. Aquele anjo com pele negra e asas brancas, trouxe coisas antigas a tona.

Observei Lory deixar o quadro no banco e seguir com passos firmes até o enorme portão do cemitério. Seus cabelos longos balançavam junto ao vento, demostrando a determinação dela.

Meus olhos deixaram seu corpo quando um vento gelado passou por mim. Admirei o quadro com o coração pulsante. Caminhei até o carro, pegando o objeto em minhas mãos.

Meus músculos tremiam, coração prestes a pular da garganta. Segurando aquela pintura, eu só conseguia pensar nele.

Naquela noite, na noite que fomos o buscar, a última vez o vi, Steph destruiu todos seus desenhos. Eu pretendia perguntar o motivo daquilo depois, mas não tive a oportunidade. E agora, mesmo que isso seja uma "cópia", sinto que é uma pintura de Stephan, um de seus anjos negros. Porém, foi Peter, o menino que parece com esses anjos, que pintou.

Prendi o ar nos pulmões, sentindo a luz suave da lua banhar meu corpo. Pergunto-me se ele está nos olhando agora.

— E-eu posso ver? – Meu corpo tremeu com a voz fraca de Tessa. Entreguei o objeto em suas mãos, ela o analisou com um sorriso suave nos lábios.

— É idêntico – Sussurrei, não evitando de sorrir junto. Os olhos negros de minha prima se voltaram para mim, uma sintonia de sentimentos, igualmente a mim.

— Ele ficava muito fofo concentrado. Me lembro de como ele mordia os lábios e juntava as sobrancelhas pintando, era uma cena linda. – Murmurou sem me encarar. Eu e Tessa dividimos a mesma dor do luto, eu sei exatamente quando ela quer dizer muitas coisas para uma pessoa que já está morta. É a mesma coisa comigo. — Dilan, olha para mim. – Pediu depois de longos segundos. Encarei seus olhos negros, porém marejados. — Me prometa que quando você pisar no solo desse cemitério, não vai chorar. Não vamos fazer isso. Me promete – Ela esticou o mindinho, roubando uma risada baixa de mim.

Estalei o pescoço, esticando meu mindinho.

— Nós prometemos para ele que não iríamos chorar, não quero quebrar outra promessa. – Segurei seu dedo com o meu, os balançando. — Eu prometo. – Falei sinceramente. Já estou muito cansado de chorar, Lory provavelmente está ficando preocupada. Eu quero logo chegar na última etapa que eu não consigo superar, a aceitação. — Não viu chorar quando ver seu túmulo. – Murmurei separando nossos dedos. Aquela noite estava tão fria.

Eu e Tessa caminhamos até a porta do cemitério, onde Lory e Becca estavam. Mestra rapidamente se aproximou. Vendo eu segurar o quadro com força, perguntou:

— Você gostou? – Seu sorriso alegre me fez querer beijá-la. Sustentei seus olhos ansiosos, assentindo com a cabeça.

As palavras tinham ficado presas na minha garganta. Soltei o ar com força, a puxando para uma abraço apertado.

Nós Crescemos [✓]Where stories live. Discover now