Capítulo 5.

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Dilan.

Fitei as estrelas acima de mim, sentindo meu peito dolorido como toda vez que observo essa imensidão negra.

Suspirei, fisgando os olhos de Stephan. Ele me observava com cuidado, provavelmente tentando entender como eu estava me sentindo.

- Ela era tão legal assim? - Indagou se aproximando. Sorri, colocando as mãos atrás da cabeça. Aquele telhado ficava cada vez mais gelado, e logo eu teria que ir para casa, receber minha prima e seus pais.

- Ela era incrível. - Meu peito doeu ao falar tais palavras. - Mas eu não quero falar dela, nem do meu pai, nem de ninguém que está longe. - Passei a língua nos lábios, engolindo a vontade de chorar. - Essa porra dói tanto. - Stephan permaneceu sentando ao meu lado, abraçando os joelhos e cantarolando uma música em voz baixa.

- Será que ela se apaixonaria por mim? - Perguntou com uma voz brincalhona. O fitei seriamente, não gostando da brincadeira. - Tudo bem, parei. - Riu, tirando os fios ruivos do rosto. - Mas seria legal fazer todas essas coisas que você me conta. - Sorriu fracamente, e foi impossível não me sentir mal por ele. - Eu também queria ter alguém para me apaixonar, alguém para chorar comigo e dividir momentos. - Prendi o ar, quando suas mãos foram parar em meus cabelos, os bagunçando. - Pelo menos eu tenho você.

...*...*...

- Não! - Lory se levantou rapidamente, assustando todos no cômodo. - Eu apenas o abracei, e nós... Nós - Ela começou a gaguejar, deixando minhas bochechas quentes. Segurei suas mãos com cuidado, me levantando logo em seguida.

- Tessa deve ter fumado novamente. - Passei por mamãe e Benjamin, indo diretamente para as escadas. Segurei seus quadris, fazendo-a subir mais rápido. Ao chegarmos no meu quarto, fechei a porta com cuidado, sentindo meu peito agitado e seu calor ainda nas palmas das mãos. - Aquilo não foi um beijo para você? - Me apoiei na porta, a fitando. Suas palavras me deixaram inseguro. Ela reagiu de maneira tão rápida, parece que aquilo não significou nada para ela. Respirei lentamente, observando seu cabelo preso em um coque desleixado. Alguns fios caiam em seu rosto, e me senti um tolo por admirar isso em um momento como esse.

- Por que você está me perguntando isso? - Indagou se aproximando e fazendo meu peito pular. Seus olhos com chamas se focaram em mim, e eu nunca sei como agir com essa mulher incrível a minha frente.

- Foi um beijo para você? - Me aproximei, fazendo-a parar. - Você nunca responde minhas perguntas. - Murmurei, fitando seus lábios cheios e depois seus olhos brilhantes.

- Se não fosse um beijo, seria o que, idiota? - Sussurrou, se sentando na minha cama. A observei, me sentindo feliz e leve.

- Um abraço? - Repeti suas palavras, a fazendo me olhar. - Eu não sei, me explique você. - Pedi. Eu nunca pensei que conversaríamos assim depois de eu tê-la beijado. Fico feliz que seja assim, dessa maneira, eu não preciso ficar com medo de fazer de novo, e de novo...

- Troca de saliva - Murmurou, parecendo envergonhada. Observei seu rosto vermelho, mordendo o interior das bochechas para não rir, mas não adiantou. - Você é um idiota, Dilan Peterson. - Me sentei ao seu lado, fitando suas mãos que apertavam o cobertor com força.

E você é linda, mestra.

- Eu sei. - Coloquei minha mão ao lado da sua, sentindo seu calor. - Eu posso conviver com isso. - Sorri, apreciando seu cheiro frutificado.

Se for você me chamando disso.

Um silêncio caiu sobre nós, enquanto ela empurrava meu ombro com o seu. Merda, como eu sentia falta disso.

Nós Crescemos [✓]Where stories live. Discover now