Capítulo 29.

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Lory.

Acordei com vozes no andar de baixo.

Abri os olhos pesados, observando a luz azul que banhava o quarto escuro. Perdida, pisquei lentamente, e logo as lembranças queimaram minha mente.

Respirei com força, me sentando na cama. As vozes aumentaram, roubando todas as batidas do meu peito e me fazendo entrar em desespero.

Olhei ao redor, meu olhos pararam no menino de costas nuas que dormia calmamente. Me cobri com o cobertor, sacudindo seu corpo com força.

— Dilan – Sussurrei, desesperada. — Dilan, pelo amor de Deus – Minha respiração ficou pesada, levando meu ar.  Sem saber o que fazer, belisquei suas costas quentes e macias.

Dilan virou de lado na cama, abrindo os olhos lentamente ao mesmo tempo em que um sorriso aparecia em seus lábios. Aquela cena era nostálgica, eu desesperada, e ele acordando lindamente.

Antes que eu pudesse falar algo, seus braços cobriam meu corpo, me fazendo parar contra sua pele.

— Dilan, agora não – Murmurei sentindo o cheiro que enchia aquele quarto, e o que saía de sua pele. Apreciei seu toque em meu corpo, e meu coração pulando com força.

— Por que, não? – Indagou com sua voz rouca e arrastada. Ignorei o arrepio que correu por meu corpo, e tentei me soltar de seus braços.

— Me solta, rápido – Pedi em um sussurro, sentindo suas mãos acariciarem minhas costas nuas. Ignorei mais um arrepio, minha respiração estava ficando curta e acelerada.

Eu podia sentir seu corpo contra o meu, e aquilo me fazia querer ficar naquela posição, aproveitando seus toques e seu calor.

— Um beijo, então – Murmurou contra meus cabelos. Suspirei, levantando o rosto e encontrando seus olhos castanhos, e seus cabelos bagunçados.

Meu coração pulou com força, e me perguntei como ele podia ficar tão bonito naquele estado. Meus olhos caíram em seus lábios. Apoiei minhas mãos em seu peito, apreciando o calor na palma da mão.

Mordi os lábios, lutando para sobreviver àquele momento.

— Seus pais estão lá embaixo – Avisei contra minha vontade. Dilan pareceu assutado. Sai de cima de seu corpo, perdendo seu calor e permitindo que ele se levantasse.

— O quê? – Indagou encontrando meus olhos. Observei seu rosto sobre a luz azul, me lembrando de sua voz arrastada chamando meu nome e seu corpo trêmulo. Mordi os lábios, mandando aqueles pensamentos embora.

— Seus pais estão lá embaixo – Me levantei, passando por ele e pegando minhas roupas do chão.

Senti o olhar de Din sobre mim, e tentei não ficar envergonhada com aquilo, mas era impossível.

— Pare de me encarar e veste a roupa – Mandei fitando seu corpo nú. Tentei não olhar muito, mas meus olhos analisaram cada parte, de cima á baixo.

Desviei o olhar quando meus olhos pararam em seu sorriso largo.

— Rápido – Avisei caminhando até seu banheiro. Fechei a porta em um baque, tentando controlar meu coração disparado e o calor que corria por meu corpo.

Corpos masculinos são bonitos. Muito bonitos.

Me encarei no espelho, me forçando a deixar de pensar no menino no quarto, que provavelmente estava vestindo a roupa. Mordi os lábios, abrindo um pouco da porta e observando Din colocar uma calça jeans com pressa, e depois uma camisa branca.

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