Capítulo 9.

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Lory.

— Quem é Stephan? – Indaguei em voz baixa, apoiando minha cabeça em seu ombro e relaxando. Pude sentir seu coração batendo de maneira rápida.

Din me me abraçou com força e escondeu seu rosto na curvatura de meu pescoço, ele estava chorando. Acariciei seus cabelos, tentando acalmá-lo.

Vê-lo assim dói.

Senti seu cheiro cheiro salgado enchendo meus pulmões, causando uma sensação morna. — Din – Sua respiração estava trêmula em meu pescoço. Eu não sabia o que falar, apenas abraçá-lo com cuidado e carinho. Tentar fazer meu calor o calmar.

— M-meu amigo – Suas palavras fracas me fizeram morder os lábios. Eu podia sentir pela batida de seu coração como aquilo doía. — Foi culpa minha, Lory — Segurei sua blusa com força. Eu não reconhecia sua voz, estava tão baixa, tão melancólica, tão fraca.

— Culpa do quê? – Silêncio, apenas seu choro baixo era escutado. — Baixinho, se acalma. Eu estou aqui. – Pedi, querendo ajudá-lo de qualquer maneira. — Aqui com você, por você. – Minha voz falhou. Eu também estava chorando. Essa situação era tão pesada, tão... Me tirava o ar.

Ele sussurrou um "obrigado" com dificuldade.

— Não foi sua culpa. Não importa como aconteceu, Stephan não se foi por sua culpa. – Dilan se afastou um pouco, fisgando meus olhos. Seus cílios longos brilhavam por causa da luz do sol e de suas lágrimas. Seus glóbulos possuíam um vermelho suave, que demostrava que ele estava chorando.

Levei minha mão até seu rosto, passando com cuidado pela mesma, secando uma lágrima que caia. Dilan fechou os olhos, parecendo apreciar o gesto. — Não foi sua culpa. – Sussurrei para ele. Acariciei sua pele úmida com o polegar, ela era macia e boa ao toque. Suas pequenas sardas me fizeram sorrir involuntariamente. Eram tão fofas.

Din abriu os olhos, eles estavam tão brilhantes. Meu coração acelerou.

— Eu vou te contar. – Ele segurou minha mão com carinho, voltando a fechar os olhos e beijá-la com suavidade. Meu corpo se estremeceu sobre o seu, quando senti seus lábios mornos em minha pele. — Por favor, não sinta pena de mim. Não lamente pelo meu luto, e não fique preocupada com isso. — Pediu com a voz arrastada. Assenti, sentindo meus lábios secos.

Dilan abriu os glóbulos, tirando um fio de cabelo de meu rosto e o colocando atrás das orelhas. Acabei sorrindo com seu ato. Ele observou meu rosto com cuidado e depois esboçou um pequeno sorriso no canto da boca.

— Tudo bem. – Concordei. — Estou aqui. – Entrelacei nossos dedos, sentindo meu coração descontrolado.

Junto ao vento forte daquele lugar secreto, Dilan arrumou forças para começar a falar. A maresia salgada secava meus lábios, porém, seu calor sossegado e morno me acalmava.

Agora eu saberia de tudo.
Saberia de seu passado.

                                
                              ...*...*...

Dilan_Antes daquela noite.

Meus pés batiam contra o chão claro daquele hospital. Me ajeitei na cadeira dura, encarando o relógio na parede. Quando minha mãe vai sair daquele consultório?

Soltei o ar com força, passando a mão pelos cabelos e me levantando daquela cadeira. Eu não preciso de um psicólogo. Não sei porque ela está insistindo nisso.

Eu só preciso me esquecer deles, me esquecer de papai e Lory. Eles estão longe, eu não quero mais sofrer por eles. Esquecer é o caminho.

Coloquei minhas mãos dentro do bolso da jaqueta, andando sem pressa pelos corredores silêncios daquele hospital de merda. Pessoas tussindo, morrendo a cada dia naquele lugar. Eu não quero morrer assim, eu não quero morrer preso entre quatro paredes. Olhei ao redor, entediado com tudo aquilo.

Nós Crescemos [✓]Where stories live. Discover now