Capítulo 17.

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Lory.

A luz forte entrava pela janela, declarando que já era de manhã. Tentei abrir os olhos, mas minha cabeça doía muito. Tirei os fios de meu rosto suado, sentindo meu corpo dolorido.

Merda – Murmurei com a boca seca. Um gosto estranho estava nela. Molhei os lábios, não me lembrando de como vim parar em casa, e nem o que aconteceu noite passada.

Noite passada...

Abri os olhos de uma vez, me lembrando de ter beijado Din e de ter bebido.

Rapidamente, a verdade apareceu para mim. Encarei o lugar ao meu redor, entrando em desespero.

Estou ferrada. – Com o coração descontrolado, observei o quarto com paredes cinzas ao meu redor. O cômodo fedia, e tinha um monte de coisa jogada no chão. — Completamente ferrada. — Tentei me levantar, e só então, percebi os braços ao meu redor.

Encarei o menino que dormia calmamente ao meu lado, abraçando meu corpo com carinho.

— Dilan – O chamei, desesperada. — Dilan, pelo amor de Deus – Puxei seus cabelos com força, e então seus olhos se abriram lentamente. Um sorriso genuíno e feliz se esboçou em seus lábios, senti ele me apertando.

Fique paralisada, encarando a cena a minha frente. Din com o rosto amassado, sorrindo de forma preguiçosa para mim.

Bom dia. – Sua voz estava mais rouca e arrastada, me fazendo estremecer. —  Você está melhor? – Indagou, me fitando com os lindos olhos avelãs, ainda sonolentos.

Minha boca estava aberta, mas nada saiu. Pisquei várias vezes, tentando entender o que estava acontecendo.

— Onde eu estou? – Ele riu, escondendo o rosto em meu pescoço. Tentei manter a postura, mas não dava quando sua respiração era tão quente contra minha pele. — Dilan, eu estou desesperada – Revelei, mordendo os lábios.

O menino levantou a cabeça, olhando ao redor perdido.

— Onde estamos? – Indagou em um grito.  Ri por causa de seu escândalo. Até um momento atrás ele estava me dando bom dia e agora está pulando da cama com rapidez. — Meu Deus, que horas são? – O observei. Era estranho vê-lo logo pela manhã. Meu rosto queimou ao pensar que dormimos juntos.

— Din – O chamei, fazendo ele me olhar. — A-aconteceu algo entre nós, depois da brincadeira? – Passei a mão pelo colchão ainda com seu calor, me sentindo extremamente tímida.

Ele me olhou pensativo, encarando o tapete logo depois.

— Aconteceu – Revelou, fazendo eu me sentar na cama de maneira rápida. — Você quase vomitou em mim – Admitiu rindo. Respirei devagar, pulando do colchão com o coração descontrolado.

Fechei os olhos quando uma tontura me dominou. Voltei a me sentar na beirada da cama, murmurando por causa da terrível dor de cabeça.

— Acho que estou de ressaca – Massagiei minhas têmporas, fitando o menino que pegava meus tênis no final da cama, se aproximando com passos rápidos.

— Eu falei para você não beber. – Juntei as sobrancelhas, não me lembrando disso, enquanto Dilan colocava meus tênis. — Eu posso fazer isso – Balancei os pés, achando engraçado ele se embolar com o cadarço. Din me olhou envergonhado, negando com a cabeça.

Com determinação, ele conseguiu amarrar os cadarços.

— Obrigado — Agradeci, segurando seus ombros e me levantando com ele. — Agora me ajuda, estou tonta. – Pedi fitando seu rosto sonolento. Ele continuava lindo mesmo assim. Semicerrei os olhos, lembrando de ter falado algo para ele ontem.

Nós Crescemos [✓]Where stories live. Discover now