1. Quando a música começa.

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#MorceguinhoCerejinha

Park Jimin.

Oito horas da noite, Catedral de Myeong-dong.

— Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, é agora e sempre será, pelos séculos dos séculos. Amém.

A voz do padre Bon-hwa soou calma e reconfortante para meus ouvidos. Ao meu lado e logo atrás era possível escutar um coro forte e sincronizado de "amém". Segurei o crucifixo em meu pescoço e o beijei, completamente fascinado pela presença que senti de Deus. Parecia que ele estava tão próximo a mim, bem do meu ladinho...

— Nós temos que ir antes que fique tarde, Chimzinho. — na verdade, quem estava ao meu lado era Kim Taehyung.

Meu melhor amigo desde... Ah, desde sempre.

— Sim, fora que a escuridão já está aí. Não quero ficar andando no escuro, é muito perigoso. Vamos logo, por favor. — Jung Hoseok deixou tão claro seu medo como as bênçãos de Deus em minha vida.

— Minha câmera está querendo morrer. Ah, não. Temos que ir logo. Vamos, Jin. Chega de cochilar na igreja! — Taehyung não poupou um tapa no braço de Seokjin, o hyung mais velho, mas que de vez em quando parece ser o mais novo.

Ri baixinho, analisando meus três melhores amigos. Eles são os melhores e únicos que eu poderia ter!

— Vão indo na frente, vou me despedir do padre. — digo, me locomovendo até o carismático senhor que conversava com algumas senhoras. Cheguei de fininho e sem jeito, não querendo atrapalhar a conversa dele. — Padre?

— Sim, meu filho? Como está? Precisa de algo? — ele pergunta, sempre amoroso. As senhoras fazem reverência e saem, nos dando licença.

— Estou bem. Só vim lhe pedir desculpas pela falta de minha mãe hoje, ela está trabalhando e não pôde comparecer. — falo, sendo sincero.

Mamãe estava fazendo o possível e o impossível para trazer dinheiro para casa. Só ela trabalhava, então... As coisas estavam um pouco difíceis, ainda mais depois da morte de meu papai.

— Querido, entendo completamente a falta de sua mãe e não há problema quanto a isso. Diga a ela que quando eu puder, a farei uma visita.

Eu sorri, assentindo. Troquei reverência com o padre e saí em direção aos meninos, eles já me esperavam fora da igreja.

— Nós já podemos ir. — digo, sentindo os pelos de meus braços arrepiarem.

Estava muito frio, ah, não. Vou acabar pegando um resfriado...

— Eu estou tão nervoso, nervoso pra um caralho! — Jin hyung exclamou, o desespero estava estampado em seu rosto.

— Ei, seu rabugento! Estamos em frente á igreja, tenha respeito. — lhe dei um empurrão de leve.

— Vamos, nós ainda temos que passar na casa do Jimin. Vou deixar minha câmera carregando um pouquinho, ou então ela vai descarregar e adeus ás memórias sobre á casa macabra. — Tae saiu tagarelando na frente.

Fui em direção ao cantinho da igreja, onde tinha deixado meus patins, os peguei e voltei para perto dos garotos. Jin hyung estava com sua bike, assim como Hoseok – que carregava Taehyung nela.

Calcei meus patins, coloquei meu capacete e fui em frente, seguido por Jin hyung. Estava frio demais e a blusa que eu usava não me esquentava coisinha nenhuma! Sem falar na escuridão das ruas e minhas vistas completamente prejudicadas pela miopia.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora