Dona de mim!

capítulo 6

Amanhã Jones

Richard chegou e trouxe uma mudança radical em minha vida! Eu não tinha nada e em apenas um só dia ele me deu tudo o que eu nunca esperava ter, apesar de toda a revelação lamentável que tive ontem sobre a minha verdade, sobre meus pais terem me renegado, Richard me proporcionou um dia maravilhoso de compras, relaxamento e cuidados, me esforcei para não me apaixonar, além de lindo é poderoso, fui tratada como uma rainha. Todos tentando me impressionar com seus serviços, fiquei deslumbrada, me senti tão feliz, depois de um dia maravilhoso que chagava ao fim, fui surpreendida com a notícia que Richard me aguardava em sua empresa, e aquela ansiedade me invadiu, irei vê-lo novamente, queria isso, esperava por isso, mas não sabia quando, até que Fernando meu motorista me avisou.

Está com Richard é tentador, ele é um homem altamente confiante, me fez esperá-lo trabalhar, fiquei lendo tentando distrair minha mente, mais todos os meus sentidos estavam voltados a ele, vê-lo trabalhar só aguçou o desejo que estranhamente se enraizou em mim desde o dia em que o conheci. Vê a forma como manda, todo dono de si, falando com propriedade sobre os assuntos aos quais ele domina tão bem, só me deixou ouriçada, ficar ao seu lado é perigoso.

Tudo em Richard é sedutor, seu toque, seu olhar, seu modo de falar, de sentar, eu estou ferrada, tentei mesmo não me deixar ser levada, mas é impossível, sua sedução é implacável, depois do jantar que tivemos, e da forma como se esfregou em meu corpo quando dançávamos naquele restaurante maravilhoso me fazendo experimentar do meu primeiro beijo, me deu por vencida, eu o quero.

E agora aqui estou eu, trancada em um quarto de hotel com ele, o desejando mais que tudo, fico feliz em ser sua... noiva, ele está descansando a testa na porta que acabou de fechar, estamos tensos, demais, ele também me deseja, meu único medo é de decepcioná-lo pois minha experiência é zero, e a insegurança de mostrar meu corpo a ele é crescente, ainda mais sabendo que é tão cobiçado entre mulheres exuberantes que cuidam do corpo excessivamente.

Ele me ignora, passa por mim, e eu não sei como reagir, nunca estive com um homem sozinha antes, tento me mover, agir confiante, mas fico travada, me viro para ver o que vai fazer, ele se servi de alguma bebida, tira seu terno, se vira e olha para mim, então vejo-o levantar as mãos em direção aos botões de sua camisa impecavelmente branca, sei o que vai fazer, abri-los, e provocativamente os abrem, um a um, bem devagar, meus batimentos aceleram me fazendo perder o fôlego, ele se aproxima, que homem lindo, gostoso, estou toda empapada de tesão, mal me contendo em pé.

Abaixo a cabeça ou gozarei vê-lo, ele se aproxima e acaricia meu rosto, seu toque faz pulsar meu sexo, que já melou toda a calcinha.

- Desculpa mas não dá para resisti mais a você, eu te quero muito. Diga que me quer também Amanda, diga que me deseja como eu estou te desejando? Deixe eu me perder neste corpo gostoso que me atraiu desde o dia em que te vi naquela vestidinho branco surrado. Fala! Preciso ouvir você dizer que sim. - Levanta meu queixo, e cheira todo o meu rostos, provocando-me, sussurrando que me quer. - Diga Amanda, se entregue a mim, estou aqui louco para me perder em você...

- Sim... te quero... eu me entregarei a você... - Sou interrompido por seu beijo, e perversamente afastada dele, com as testas unidas, ofegamos, ardendo de desejo, ele busca o zíper de meu vestido, temerosa por sua avaliação acabo relaxando ao ouvir o quanto sou linda. 

Essa é a noite mais inesquecível de minha vida, pois nos amamos, me entreguei a ele, me perdi em seus braços, me marcou eternamente como sua, eu gozei como louca, achei ter selado nossa união com a minha entrega, uma união verdadeira, pois o que aconteceu aqui foi verdadeiro, porém quando dei por sua falta na cama, lá estava ele, perdido em sua glória, julgando-me e condenando-me como a pior das interesseiras, sua reação foi tão inesperada por mim que me roubou toda e qualquer tentativa de reação.

Sua bravura me causou um medo tão apavorante, e aí ele se foi e tem me ignorado desde então. Eu permaneço vivendo em um quarto proibida de sair até o casamento. Acho que tem medo que eu saia e fuja, mas nem forças para isso tenho. Eu acho que me apaixonei por ele, nunca havia me guardado para um alguém especial, nunca acreditei que existia essas coisas, minha vida sempre foi tão reclusa, tão ignorada, tão sofrida e humilhante, que minhas expectativas eram quase nulas, não tinha foco, vontades, e Richard chegou em tão pouco tempo, me defendeu, me agradou, me condenou e me afastou.

O isolamento em que vivia não me proporcionou conhecer homens, não me guardei por opção e sim por falta dela. Quando ia a cidade ninguém me atraia fisicamente, pois estava tão absorta em minha realidade, na rejeição sofrida com a vida que se alguma vez fui alvo da cobiça masculina não observei.

 No jantar de noivado, me mantive forte, é o que eu sempre aprendi a ser, forte, as humilhações surgirão, já esperava por isso, e vejo que sempre terá, mas não permitirei que ninguém, ninguém me desrespeite, lutarei se preciso for como fiz, e como sempre, apesar do destrato, Richard acabou me defendendo, é tão estranho presenciar alguém me defendendo que nem tive reação a não ser de agradecer. 

Apesar do desastroso jantar pude sentir seu beijo novamente, não nego que tive saudades, e sentir o mesmo de sua parte, mesmo que negue, eu posso sentir, isso me deixa confusa, perdida, desamparada por sua rejeição, pois está em seus braços me traz uma felicidade, um bem estar enorme.

Posso negar para o mundo, mas é impossível negar para mim, porém decidir não facilitar mais, já que me acha interesseira, quer me tratar como um objeto com um único propósito, não cederei mais a ele, lutarei contra esse sentimento com todas as forças que encontrar.

Um dia jogarei em sua cara e se arrependerá amargamente por me julgar tão erroneamente assim. Enquanto isso aguardo aqui de braços cruzados, sem ter notícias suas ou o que faz, ele povoa meus pensamentos já não consigo esquecer, ainda mais quando não se tem mais nada a fazer. Se eu estivesse no convento estaria cultivando flores, mas aqui, sair deste quarto é ser alvo fácil do veneno de Helena e Beatriz.