Dona de mim!

capítulo 18

Richard Smith

Acordo cedo e me arrumo para ir ao trabalho, viver na cobertura nos tornou mais unidos, não perco tanto tempo no trajeto que faço de casa para o trabalho e viver a sós com ela, sem dividir a nossa rotina com meus familiares nos dá uma privacidade gostosa e não quero voltar a mansão tão cedo.

Minha esposa anda muito manhosa, sonolenta, acho que é charme, mas notei que perdeu peso e seu apetite tem diminuído, me preocupo pois quero-a forte e saudável, Amanda trouxe emoções para minha vida que dinheiro algum paga. 

Meu dia no trabalho é corrido, entre conferências e reuniões, nem tive tempo de falar com ela, sem falar no meu pai que anda fazendo perguntas impertinentes sobre a minha vida pessoal e isso anda me incomodando bastante. 

Os gregos insistem que eu retorne com eles, e não tive escapatória, irei na próxima semana, falarei com Amanda, quero que me acompanhe, sinceramente me acostumei com seu corpo quente em minha cama, isso é indispensável.

Eles festejam a minha decisão, peço a minha secretária Olívia que reorganize minha agenda, sua boca está com um batom exageradamente vermelho, o que me irrita bastante essa tentativa incansável de me seduzir, Amanda é tão diferente das mulheres que me relacionei, é tão simples, não é extravagante nem gosta de maquiagens fortes. 

O dia passou tão corrido, em reuniões que nem peguei meu celular, me questiono se Amanda teria falado comigo, mas o fato de saber que está em casa segura me tranquiliza bastante. Entro na minha sala e nem descanso,  Alberto está me aguardando para analisarmos um faturamento pendente, assim que iniciamos, sou interrompido por Ronaldo, que pedi desculpas e informa que eu não me atentei as mensagens enviadas para o meu celular. Como não podíamos conversar ali, peguei meu aparelho e verifiquei a mensagem que me informava que Amanda estava desmaiada na sala de segurança do meu prédio.

Saio imediatamente ao encontro dela, e como em um filme começo a me recordar que ela não vem se alimentando direito, e isso está me incomodando bastante, coloca a chave no painel do elevador para que não pare em nenhum andar, quero chegar o quanto antes.

Ronaldo ficou em minha sala contornando a situação com Alberto, saio do elevador apressado indo em direção a sala ao lado da recepção, ao abrir a porta me deparo com Amanda tentando se levantar, mas não se aguentava em pé, ia cair novamente, corri para pega-la, coloquei-a em meu colo me controlando para não puni-la por sua imprudência. 

Apesar dela ter me avisado e pelo dia cheio que tive e por isso não vi sua mensagem, faço uma anotação mental para gratificar com dinheiro pela atitude de Augusto o chefe de segurança do prédio, quero deixar bem claro o quanto Amanda é importante para mim, e um desespero me toma ao imaginar que ela poderia muito bem ter desmaiado em um outro lugar, sozinha, tal pensamento me deixa louco. 

Depois de todo esse sufoco a alegria reina em minha vida mais uma vez, serei pai, por isso Amanda estava tendo esses sintomas incomuns de sono, fraqueza, falta de apetite. Reclamei com Ronaldo a falha da segurança em Amanda quando desmaiou, deixando ela andar sozinha em uma cidade enorme e perigosa. Amanda foi sorrateira e saiu, o segurança acabou se descuidando.

Se tratando de segurança sempre devemos ficar atento. Depois que descobriu que o seu tão sonhado herdeiro finalmente está a caminho meu pai mudou radicalmente de uma hora para outra, o que me fez ficar esperto, pois me jogou na cara todas as falhas que cometi no trabalho, da minha mudança de comportamento e principalmente, sua única preocupação, sujar o nome Smith. Culpa Amanda de usar da beleza para me seduzir, me distraindo do meu real propósito, só que ele não sabe que tudo mudou, vem mudando e eu permitir que mudasse.

Quando expus minha visão fui bombardeado com uma enxurrada de verdades as quais sempre ouvir e fui criado, se quero valorizar algo, que eu valorize o dinheiro pois ele é real e compra tudo o que os olhos podem ver. Meu pai sempre foi enfático em dizer que pessoas são decepcionantes e ficar a dispor delas só nos torna fracos.