Vítima Desconhecida

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Boa noite, bora começar a história. Boa leitura a todos, espero que gostem da fic e dêem suporte a fic se ela realmente merecer o esforço com a tag #AmnesiaTK ou no grupo do Watts, link na DM só chamar.


29 de outubro 2019 - Sexta-Feira

Seoul-Coreia do Sul

"Não vou te matar, mais vou te machucar muito"

-Coringa

  Gangnam Rua 105 - 00:36 AM

A senhora de meia idade andava calmamente, entorpecendo-se com o vento frio, vindo daquela fatídica noite de inverno, enquanto a neve cai fracamente deixando as ruas cobertas por um fino tapete branco, que ganhava espessura no passar do tempo em que a temperatura ficava cada vez mais baixa. 

A mulher instintivamente escondia seu corpo, por debaixo do tecido grosso e aveludado do sobretudo preto. Enquanto tentava ajustar seu cachecol vermelho ao redor do pescoço, tendo  aquela plena visão do ar quente e condensado que saia dos seus lábios, após o famoso choque térmico de quente e frio. 

Naquele caminhar jurou ter a vaga a impressão de que, a qualquer momento suas -já gastas- articulações lhe trairiam, ao mesmo tempo que sim, elas poderiam parar de mover-se e cederiam ao clima movido de Seul. Mas, já é costumeiro, ter esse contato com tantas noites frias e até chuvosas após o expediente de trabalho. O que não era de todo mal já que a sensação deixada era muito acolhedora, quando deitava-se em sua cama, após tomar uma xícara de chá verde.

Mas naquela noite, tudo estava calado, os becos estavam escuros e sem muita movimentação, fosse de pessoa ou ao menos, um animal nocivo. Tudo parecia estar diferente, as próprias ruas pareciam suspeitas naquela noite, como se guardassem no silêncio sigiloso, um segredo. Um segredo mortífero.

Sair do trabalho em altas horas da noite depois de fazer horas extras no restaurante, foi até que salarialmente gratificante para a senhora. Mais claro, com tudo havia algumas desvantagens, como andar nas ruas de Gangnam. Era quase uma ideia suicida, afinal não é normal uma mulher de trinta e cinco anos andar pelas ruelas de Seul em plena madrugada, mesmo que o ciclo sempre se repetisse nos fins de semanas, quando o estabelecimento lotava de clientes, obrigado-a a seguir, mais e mais horas do seu expediente. 

O mais preocupante em situações como essa, era a ilusão. O simples fato de não saber o que poderia acontecer, nem o que estava e se havia algo escondido naquelas ruas e esquinas, só fazia as ideias alusivas crescerem. Seria um golpe de sorte ou um milagre, se não lhe acontecesse nada de ruim, durante sua volta para casa.

Seus passos se tornaram rápidos sobre o asfalto de pedra, quando sua mente comprou as ideias alusivas do perigo que era entrar naquela rua fechada de pouco movimento, e como nas anteriores, essa também estava desprovida da presença de pessoas e luz. Seus instintos agiam movidos ao medo, isso era visível em seu olhar agitado desviando-se para todas as direções.

Seu peito infla, puxando e soltando o ar, até que em um momento do caminho, sentiu um aperto no seu peito quando passou pela bifurcação do beco a frente. Desconfiada a mulher olhou para dentro do beco procurando algo anormal, sem nunca parar sua caminhada. Seu olhar dançou por todos os pontos desprovidos de luz, tentando de algum modo enxergar perante a escuridão do lugar; não encontrando nada.

Amnésia - Livro 1 (Concluído)Where stories live. Discover now