Italiano Problemático - Duologia Irmãos De Luca - Livro 2

Prólogo

Na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível.

Giuseppe De Luca 

Acordo com a porra do meu celular tocando, desligo e só ai vou perceber onde estou. Olho pro meu lado e vejo uma ruiva nua, merda! Eu disse que ficaria em casa, mas é aquele negocio não sou de recusar convites para festas. Ainda mais se tem mulher e bebida, é eu não posso beber e ando me controlando mas tem dia que eu preciso extravasar. Eu tenho trabalhado tanto, viajando para tudo que é lugar, mas estou sendo muito bem recompensado isso podem apostar. Eu disse pro meu irmão que sou sócio de uma empresa de advocacia, mas não sou mais, meu negocio é outro. 

Em uma das minhas viagens me tornei sócio de um cassino em Las Vegas e de algumas boates em São Paulo e porra que cidade! Nunca dorme, não tem tudo fechado ás duas da manhã e se deixar vira a noite... Estou muito bem adaptado nessa cidade e não pretendo ir embora tão cedo. 

-Bom dia gato! - olho pro lado revirando os olhos. 

-Virei animal de estimação? - pergunto me levantado e colocando minha calça. - To vazando. 

-Não precisa ser grosso assim, ontem não estava assim. - responde se sentando na cama. 

-Porque você não abriu a boca, por isso nos demos bem. - digo. - Pega. 

Abro minha carteira e jogo cinco notas de cem na cama. 

-Assim você me ofende. - me olha brava. - Não precisa me pagar por sexo, não sou prostituta. 

-Claro que não, só uma caça maridos ricos. - debocho. 

Pego minha camisa e visto, celular e chaves do carro. 

-Não vai me dar seu celular? - pergunta de mansinho. 

Não disse... 

-Não sou de repetir, até nunca mais. 

Saio batendo a porta do quarto, desço as escadas e vejo a chave na fechadura, destranco e saio avoado para casa. Eu não gosto de ficar muito tempo com mulheres perto de mim, eu queria muito encontrar alguém igual Maurizio, mas comigo é tudo diferente. Eu tenho sérios problemas de bipolaridade, agora sou um cara bacana daqui três segundos eu viro um assassino, os remédios são bons mas não tiram tudo que eu sinto. A culpa e o arrependimento do que fiz a mulher que amei nunca vai me deixar em paz, desde aquele dia eu não tenho um sono tranquilo e não posso culpar ninguém. Só a mim mesmo, pois fui eu que fiz aquilo com a mulher que esperava um filho meu. 

Pesadelos são parte de mim, não me vejo tento alguém ao meu lado e compartilhando toda essa carga pesada. Por isso eu fico com uma aqui, outra ali e assim eu vou vivendo, mas sei que estou com trinta e oito anos nas costas e logo os cinquenta batem na porta, e eu não construí nada! Eu amo muitas coisa em minha vida, como o dinheiro, meu irmão, cunhada, sobrinhos e meu melhor amigo de uma vida. Mattia, aquele puto! Meu amigo é um homem machucado pelo passado da vida, mas o coração dele é grande que mal cabe no peito. Com ele eu sei que posso contar sempre, mesmo as vezes eu pisando na bola com ele e mesmo assim, esse puto está lá para me estender a mão. 

Moramos juntos mas quase não nos vimos esses dias, já que ele foi pra outra cidade resolver algo pro meu irmão. Quanto abro a porta de casa, o vejo sentado no sofá de olhos fechados e sentindo minha presença abre os olhos e levanta a cabeça para me olhar dos pés a cabeça. 

-Pelo menos está inteiro. - fala ele. - Dormiu onde? Cheguei de madrugada...

-Na casa de uma mulher, sei lá quem é. - sento ao seu lado. - O que você tem? - pergunto meio que já sabendo o motivo da sua cara fechada.