Italiano Problemático - Duologia Irmãos De Luca - Livro 2

Capítulo 5 - Nosso Sentimento

O amor chega assim sem avisar.

Giuseppe De Luca

Eu não sei o que aconteceu comigo nesses três dias que Nicole não falou comigo, eu surtei e acabei indo ontem até sua casa para tirar satisfação. Eu chorei igual uma mocinha na frente dela, mas ela não me julgou por isso, ela me abraçou e me deixou desabafar por algo que ela nem sabia o motivo. Eu tenho me apegado tanto nela que ficar um dia sem escutar sua voz, é como se enfiassem uma faca no meu peito. Eu flertei com ela ontem e não era só isso que eu queria, eu queria beijar aquela boca gostosa e me perder em seu corpo, mas não era o certo. A menina é traumatizada e não sei se ela me vê como eu a vejo, bom ela me acha bonito mas não sei se ela gostaria de ter algo comigo. Merda! Eu não poderia ter nada com ela, mas eu quero. 

Eu quero cuidar dela e proteger não como uma amiga, mas como minha mulher... Eu sou um fodido e ela não merece um cara como eu. Liguei pra ela e desmarquei nosso encontro, não estou bem e não estarei daqui algumas horas, não depois do que estou prestes a fazer. Eu olho pra mesa a minha frente onde fiz duas carreiras de pó e sem pensar mais, eu cheira uma e depois a outra. 

-Porra! - aperto o nariz. 

Eu sei que estou errado, mas a vontade falou mais alto e com isso levanto e vou até minha adega pegar uma garrafa de vinho tinto. Abro e bebo no gargalo mesmo, eu cheiro não sei quantas vezes, não sei nem mais onde eu estou de tão drogado que to e bêbado. Ás lembranças deviam sumir da minha mente, mas é como se tudo ficasse mais vivo na minha cabeça. Eu caiu no chão e ali eu fico, deito no chão frio e choro pela vida de merda que eu tenho.

[...]

-Seu filho da puta, eu vou acabar te matando sua praga. - acordo com Mattia me levantando do chão. - Acordou seu drogado do caralho, eu poderia te matar. - resmunga ele me arrastando pro meu quarto. 

-Desculpa. - peço assim que sento na minha cama. 

-Queria se matar? Quanto você usou? - pergunta. 

-Não sei... - respondo. - Muito. 

Ele balança a cabeça irritado e sei que quer gritar comigo, mas não fará. 

-Toma um banho, vou fazer algo pra gente comer. - responde respirando fundo e sai fechando a porta. 

Eu me sinto um merda quando isso acontece, fazer meu amigo cuidar de mim como se eu fosse um bebê é deprimente. Mas isso é culpa minha e de mais ninguém, eu sou o viciado aqui e preciso tentar mudar mesmo que as recaídas venham há acontecer outra vez. Eu estou me sentindo culpado como nunca me senti antes e sei que isso tem a ver com Nicole, ela não faz ideia do que acontece comigo e acho que já está na hora de contar. Ela precisa saber quem eu realmente sou, só assim poderemos quem sabe ter algo. Preciso ser verdadeiro com ela, mentir não vai me ajudar. 

Depois do banho pego meu celular e tem duas chamadas perdidas da Nicole, eu mando uma mensagem pra ela dizendo que passarei em sua casa amanhã pela manhã. Vou pra cozinha e Mattia está comendo um pedaço de torta. 

-É só esquentar. - aponta pra torta. - Porque fez isso? Digo depois de algum tempo sem, porque? 

-Eu não sei explicar. - digo com sinceridade. - Eu não farei mais isso... 

-Já ouvi isso mais de um milhão de vezes, eu te conheço Pepe. - responde. - Eu não te quero mal outra vez, tão pouco que você vá outra vez num clínica. - esbraveja. - Seu irmão confiou em você e agora vai fazer merda? 

-Eu sei... 

-Sabe porra nenhuma. - fala. - Olha foi você ficar três dias sem falar com a Nicole que isso aconteceu. - o filho da puta me conhece. - Ela é linda e percebi que tá afim dela, você vive na casa dela... É por causa dela?