Capítulo 11 - Culpa Minha, Culpa Nossa

6.9K 641 54
                                    

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.

Nicole Pereira 

Eu passei o dia com uma sensação estranha e não sabia muito bem o que era, quando Pepe estava para sair me deu um ataque de choro que eu não consegui me conter. É como se nossa vida que está uma bagunça fosse ficar pior a qualquer momento e isso é motivo para me preocupar. Eu sou tão jovem mas muitas vezes esqueço que só tenho dezenove anos e não terminei meus estudos. Eu preciso tomar um rumo na minha vida, pois não quero ser sustentada pelo meu namorado rico e ficar em casa enquanto ele "trabalha". 

Eu sempre fui uma excelente doceira, uma das coisas que eu mais sei fazer são bolos, doces e tudo que é desse meio. Minha mãe me ensinou desde muito pequena, eu estou disposta a fazer e seguir os seus passos mas farei para vender e ter meus clientes. Eu sou manicure e modéstia parte sei fazer muito bem, mas não é nada que eu queira seguir para sempre. Meu emprego na lanchonete eu perdi e foi por justa causa, eu não voltei mais lá depois de tudo que aconteceu. 

-Amiga quer mais pipoca? - pergunta Ana Letícia gritando da cozinha. 

-Quero sorvete, isso eu quero. - grito de volta. 

Estou de frente pra TV aonde está passando Se Beber Não Case parte 2 e comendo bobagem, só isso para me livrar de pensamentos ruins. 

-Pega! - me estende uma colher. - Tem que te contar uma coisa... 

Eu pauso o filme e olho pra ela ansiosa. 

-Diga! 

-Eu acho que estou gostando de uma pessoa... - seu rosto fica vermelho. - Eu só não sei se isso é uma coisa boa pra mim... Eu estou na faculdade, trabalho num bom lugar... 

-E o que tudo isso tem a ver com estar gostando de alguém? - pergunto intrigada.

 -É o Mattia. - arregalo os olhos. - No dia que ele foi me levar em casa depois do velório da sua mãe... Conversamos bastante e não temos nada em comum, mas ele me atraí. 

Eu nunca percebi que estava rolando algo entre eles, acho que estava tão preocupada com outras cosias que não percebi. Mas eles se viram poucas vezes, mas eu vi Pepe uma vez e já fiquei balançada... Justo! 

-Ele demonstrou interesse? - pergunto. 

-Ai é que está, não! - me olha triste. - Ele é muito cordial comigo, conversa mas nada demais... Eu sou linda! - olha pra si mesma e riu. - Porém jovem... Será que é isso? 

-Amiga ele é mais velho que Pepe pouca coisa, mais sei lá. - dou de ombros. - Mattia é como Pepe, você sabe o que eles fazem para viver. - ela balança a cabeça.

-Bom esquece o que falei, ele nem deve prestar atenção em mim. - diz pegando a colher e enfiando no pote de sorvete. - Eu sou só uma menininha pra ele, eu preciso parar de ver ele dessa forma. 

-Amiga Mattia é fechado. - respondo a imitando. - Ele pode até estar interessado em você, mas só fará algo se estiver mesmo disposto. 

-Vamos esquecer essa conversar, quero terminar de ver o filme. - da play no filme. 

Italiano Problemático - Duologia Irmãos De Luca - Livro 2Where stories live. Discover now