Capítulo 4 - Mistérios

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Somente quando encontramos o amor, é que descobrimos o que nos faltava na vida.

Nicole Pereira 

Eu estava vivendo um pesadelo e um sonho ao mesmo tempo, pesadelo por tudo que passei e como estava me sentindo. Sonho por estar sendo ajudada por um homem tão bacana e gentil como Pepe, nunca ninguém fez algo assim por mim e saber que ele está disposto a realmente dar um jeito no meu pai é tranquilizador. Ele me tranquiliza e é algo que sinto que é recíproco, mesmo com tudo que ele me contou fazer não sinto que ele é como Tales, pelo contrário. Eu estava feliz por telo aqui perto de mim me ajudando, mas isso não impede que tudo que aconteceu comigo seja esquecido. 

Eu estava grávida de quatro semanas e não fazia a menor ideia, mas eu agradeço por não saber, pois eu não teria essa criança. Pode parecer egoismo mas não teria coragem de olhar pra esse bebê, eu me senti aliviada quando o médico me deu a noticia do aborto. Chorei de raiva, medo mas não de tristeza por ter perdido esse bebê. Eu nunca conseguiria o amar como um bebê merece, eu não seria mãe, eu não seria nada. Perder esse bebê foi o melhor para todos, minha mãe nunca saberá disso se depender de mim.

Eu tenho medo dele aparecer aqui, pois sei que uma hora isso vai acontecer e é isso que estou dizendo para Pepe nesse momento. 

-Eu disse que vou cuidar disso, hoje mesmo terá gente vinte quatro horas aqui olhando a casa de vocês.-  olha de mim para minha mãe. 

-Meu filho eu não sei como te agradecer... - sussurra minha mãe. - Você mal nos conhece. 

-Vou conhecer. - olho pra mim. - Eu não quero que esse filho da puta tenha contato com vocês, vamos trocar todas as fechaduras daqui. - diz. - Eu vou comprar o portão de vocês hoje e hoje eles já instalam. 

-Você é rico. - afirma minha amiga Ana.

-É, eu sou. - milionário mas concorda com o rico. 

-Pepe não precisa, você vai gastar conosco. - respondo. 

-Não pedi sua permissão mocinha. - responde sério. - Deixa eu fazer o que tem que ser feito, disse que vou te ajudar e não estava de brincadeira. 

E ele não estava mesmo, durante todo o dia ele saiu e voltou muitas vezes até comida ele comprou mesmo com os meus protestos. Cansada eu fui pro quarto deitar, enquanto ele fazia as coisas na minha casa e eu estava achando tudo uma loucura da parte dele, mas um parte de mim também estava gostando de ter ele aqui. Droga! Eu nem sei da vida dele direito mas é como se eu já o conhecesse a muito anos, estranho isso né? Nunca tinha passado por essa experiência. 

Espero que ele não se afaste depois disso tudo, mesmo sendo poucos dias eu já me apeguei a ele. 

[...] 

Um mês a via se passado e bem aos poucos eu tinha voltado a minha vida, minha chefe me aceito de volta depois de muitos explicações da minha vida, o homem que se diz meu pai não voltou mais pra casa é como se ele soubesse que estou protegida agora. Minha mãe acabou descobrindo sem querer que eu estava gravida do meu próprio pai e com isso, ela surtou e acabou indo parar no hospital. Desde em tão minha mãe fala pouco e de uns dias pra cá, tem se preocupado até com quem converso pelo celular. Ela vive repetindo que não adiantou fazer o que fez, pois eu só me prejudiquei mais ainda. Ela não conta e eu também desisti, se ela não quer me contar o que aconteceu não vou insistir. 

Nesse um mês eu tenho tido muitos pesadelos com a última vez que fui abusada, no sonho muitas vezes eu sou criança, outras vezes mais velha mas sempre é ele a abusar de mim. Eu não ando dormindo bem, tenho ocultado isso de todo mundo não quero preocupar ninguém incluindo Pepe. Ele tem sido tão prestativo e atencioso comigo, que eu não estou conseguindo mais olhar pra ele só como um cara que é meu amigo. Droga! É só eu escutar sua voz que meu coração vira uma escola de samba, ele me deixa tonta com seu perfume, me deixa arrepiada com um pequeno toque e me faz delirar com um simples sorriso. 

Italiano Problemático - Duologia Irmãos De Luca - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora