Thomas não é um garoto normal em relação aos parâmetros humanos, mas isso não é um problema onde ele mora (já que em seu mundo não existe humanos).
Os híbridos vivem suas longas e pacatas vidas como bem entendem em seu mundo deslumbrante, mas é n...
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Thomas.
Abro os olhos e encaro o teto do meu quarto ainda sonolento e com vontade de voltar à dormir, mas isso não é o suficiente para me fazer ficar na cama...
AH NÃO! O Aaron dormiu aqui ontem!
Odeio o fato de que sempre quando acordo as memórias do dia anterior não chegam na hora certa, me dando uma falsa sensação de segurança antes que eu lembre do que aconteceu...
Levanto da cama rapidamente e vou em direção a porta, orando para que ele já tenha ido embora. O corredor está bem iluminado, não só pela luz do sol, mas também pelas lâmpadas que passaram a noite ligadas (se ficar com ele no mesmo lugar já é preocupante, imagina no escuro). Começo à descer as escadas devagar e com cuidado para dar tempo de algum milagre acontecer e fazer Aaron sumir da minha casa num passe de mágica caso ele ainda esteja aqui.
A sala parece não ter nada de anormal na primeira olhada que dou, mas ao ver mais cuidadosamente, noto a pilha de roupas no braço do sofá...
O quê?! Já não foi o bastante eu ter deixado ele dormir aqui por uma noite!? Ele ainda faz isso?!
Dou mais alguns passos para perto, não tendo certeza de que devo realmente me aproximar, vai que ele está nu? Se for isso, realmente é uma sacanagem comigo. Com a aproximação, consigo vê-lo. Ele está só com uma cueca boxer preta, encolhido contra o outro braço do sofá (o que não está com as roupas), abrançando o próprio corpo enquanto sua cauda negra pende para fora e encontra o chão. Dá para ouvir o som de sua respiração calma.
Olhando assim, ele não parece tão ruim, mas todas as coisas que ele já fez vem à mente e a máscara de inocência que ele usa quando dorme é substituída pela de monstro que ele usa o resto do tempo.
Devo acorda-lo? Eu não quero que ninguém veja esse garoto saindo da minha casa, então quanto antes melhor, na verdade, ele já não era nem para estar aqui.
- Aaron, ei, acorda.- digo, enquanto caminho até ficar de frente para o sofá. Ele solta uns grunhidos sem sentido e não move mais um músculo depois disso.
- Hey! Acorda!- dou um beliscão no seu ombro, o que faz ele abrir os olhos na velocidade da luz.
- AI! VOCÊ...
- é melhor você ir embora.- o corto, antes que ele venha com alguma gracinha. Aaron apenas me encara. Não. Ele tá encarando minha boca, aperto os lábios, tentando fazê-lo desviar os olhos de mim.
- tá, eu já tô indo.- ele levanta, ficando mais que meio metro maior que eu, então vira de costas e pega a pilha de roupas. Olho para o outro lado, tentando não encarar suas costas musculosas.
