Romana 1 - Então havia Romana

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A lua subia no horizonte, enquanto o cavalo corria em uma velocidade tremenda pela estrada escura, fugindo de algo. Montado nele estava uma pessoa encapuzada, aparentemente ferida derramando sangue pelo caminho e, assim como o cavalo ela fugia de algo. Ao contrário do esperado, essa pessoa não cavalgava o cavalo, mas o cavalo a levava quase como se fosse uma missão pessoal dele.

Algo espreitava pela penumbra, um ser com uma aura temível, ele perseguia o cavalo em velocidade párea até que, a dupla atingiu uma estrada principal. Nisso, a criatura desconhecida parou e grunhiu com raiva. Sua presa havia fugido.

O cavalo cavalgou por mais uma hora, quase duas, até encontrar uma cidade, chegando ao meio da praça ele demonstrou todo o cansaço que estava guardando caindo, morto, no chão da praça, a pessoa em cima dele caiu também e acabou desmaiando. As pessoas, que estavam passando pela praça entraram em desespero sem entender o que havia ocorrido, algumas foram ao socorro da pessoa e ao retirar o capuz perceberem ser uma mulher com as feições fracas e quase sem vida. Ela conseguiu proferir apenas uma palavra semiconsciente, antes de embarcar novamente em seu sono.

- Ajuda...

A moça que havia pego a no colo prontamente respondeu com feições sérias.

- Claro, vamos te levar ao médico da cidade.

E, no meio da noite escura, um grupo de catorze pessoas se dirigiu ao médico da cidade, senhor Astolfo. O homem estava claramente em vestes de dormir e bem cansado, mas assim que soube da condição da moça vestiu seu jaleco por cima do pijama, pegou seus instrumentos e, prontamente, foi descobrir como curar a moça.

Por sorte, ou azar, o que havia era apenas um corte profundo, tal corte havia a feito perder bastante sangue e, somado a queda do cavalo, a fez perder a consciência. Primeiro ele limpou o corte com álcool concentrado, depois utilizando a cera da vela selou o corte e atou. Ele então usou encantamentos de Catriona para identificar o tipo de sangue da moça, com isso ele caçou em seus instrumentos sangue do tipo 0. Uma pequena bolsa de couro carregava a substância, ele pediu ajuda de uma das catorze pessoas para segurar a moça em uma posição ereta e usando a ponta de uma faca fez um pequeno furo no braço direito dela, por onde, enfiou a boca da bolsa, selando a pele com uma fraca magia de magnetismo, permitida graças a presença de Ferro no sangue.

E, assim ele foi repetindo o processo, bolsa por bolsa, lá pela quinta bolsa a moça já apresentava sinais de melhora, ele fechou o furo que havia feito com ataduras e cal para não abrir o ferimento.

Astolfo mandou todos saírem e falou que era para deixar a moça repousar, ele mesmo foi dormir. Em sua mente, porém uma preocupação surgiu, o corte da moça, somado ao fato de seu corpo estava cheio de machucados, cicatrizes e hematomas. Isto não era um bom sinal. Algo perigoso, ou um grupo poderia estar atrás dela.

Ele subiu e tentou dormir, quando acordou, o dia estava para nascer e foi ver como a moça estava. Para sua surpresa, ela já se encontrava de pé e com um rosto confuso.

- Quem é o senhor? Onde estou? Onde está Miguel?

- Oi, graças à Deus você está bem. Na ordem: eu sou o médico Astolfo, salvei sua vida ontem, você está em meu consultório. E, eu não sei quem é Miguel.

- Obrigado, doutor... Miguel era meu companheiro inseparável, um cavalo negro robusto.

- Ah... Este conheço sim, as pessoas da cidade que a trouxeram falaram que ele caiu morto no meio da praça, pela aparência da coisa ele correu demais e morreu cansado.

A moça recebeu a notícia um pouco sem acreditar, lagrimas brotaram em sua face, mas logo foram suprimidas, Astolfo já conhecia esta postura, a de um soldado.

As Relíquias de JerusalémWhere stories live. Discover now