Vick 7 - O Guerreiro Pantera

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As tropas de Vick chegaram ao entreposto montado na floresta e permaneceram em espera até o fatídico dia de sua visão. A princípio todos pareciam incomodados em responder ao Yolcameh, pois ele não tinha experiência em combate de larga escala, e não parecia saber muito bem o que estava fazendo.

O segundo em comando dele, que supostamente assumiria se ele fizesse algo "indevido" era o sargento-coronel Avelange Hifol, um elfo que havia perdido sua mão esquerda na última guerra de invasão, ele falava de maneira rouca e cadenciada, e embora tivesse uma idade avançada para elfos, 300 anos, ele ainda tinha um certo vigor inerente aos jovens. Vick gostou dele logo de cara, o elfo havia o cumprimentado como se fosse um igual, algo inesperado dada as circunstâncias. E nas suas primeiras trocas de palavras ele havia sido bem direto sobre como iria interferir nos planos de Vick, caso ele pisasse na bola.

- Senhor Vick, eu tenho plena confiança de que meu lorde Fingordil o escolheu pelos melhores motivos... – Ele tossiu – Mas, caso o senhor cometa alguma transgressão grave, não hesitarei em o depor... Desculpe se isso foi rude, porém ser direto é o melhor quando estamos lidando com vidas...

- Eu entendo plenamente sua posição Senhor Avelange, e se chegar a tal, não guardarei nenhum ressentimento.

Avelange estendeu a mão

- Estamos acertados?

Vick pegou a mão dele e apertou, avelange apertou mais forte, deu um sorriso um pouco sinistro. E Vick então respondeu.

- Com toda certeza.

Logo depois, um grupo de soldados foi enviado para uma clareira na parte oeste da floresta para montar um pequeno forte, que serviria como entreposto na floresta, e uma das frontes, caso a visão de Vick estivesse de fato correta.

Em três dias teriam a resposta. Graças a isso a ansiedade, velha inimiga do nosso querido Yolcameh, estava novamente atacando, na primeira noite ele mal dormiu, acordava achando que estava tendo um ataque do coração, sua respiração ficava muito pesada, ele sentava na beira da cama e ficava tentando focar seus pensamentos em fatos bons, ou animais que ele gostava, ou em comidas, ou suas músicas favoritas. Mas quando nada funcionava, ele simplesmente desistia e começava a chorar.

A ansiedade continuou pegando forte, mas ele fazia seu melhor para não deixar aparente para as tropas, no segundo dia quando já estava dormindo no acampamento, um soldado havia ido até sua tenda por achar que ele estivesse sendo atacado por alguém, bem ele não estava inteiramente errado, mas também não havia nada que ele pudesse efetivamente fazer sobre aquela situação.

- Comandante você quer alguma coisa?

Vick percebeu o homem e tentou recobrar a calma, mas ela não vinha.

- Não, eu só tive um pesadelo, pode ir. Não se preocupe comigo.

- O senhor está suando muito, quer que eu pegue algo para refrescar?

- Novamente, não precisa, só me deixe que ficarei bem.

- Se precisar de algo, meu nome é Adonis.

- Obrigado, Adonis, dispensado.

O soldado simplesmente saiu, ele sabia que não estava tudo bem, mas novamente, não havia nada que ele pudesse fazer sobre aquilo, ele tentou ser gentil, e Vick não aceitou a gentileza. Talvez, por saber que essa gentileza não resolveria nada, ou era vazia. E, por mais que tudo apontasse para o contrário, Vick odiava ações vazias.

Um de seus maiores problemas com exércitos, ou forças de expedição, ou seus amigos caçadores de recompensas era que o senso de amizade, de ser sociável, deixava de ser algo natural e virava uma grande estratégia de sobrevivência, ou "puxação de saco". E Vick era um ser sociável, mesmo fingindo o máximo não ser um.

As Relíquias de JerusalémWhere stories live. Discover now