Romana 7 - O palácio de inverno

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Romana realmente não sabia o que esperar, o misto de ansiedade, raiva e expectativa em seu peito borbulhava, seu maior desejo era chegar logo em Neuri, começar a fazer os preparativos para batalha, ES-MA-GAR Dormos, mas ela conseguiria? Romana gostava de pensar que sim, que quando chegasse a hora iria fatiar o mago em milhares de pedaços, que seria fácil assim, porém a própria Romana sabia que não seria. Dormos talvez fosse poderoso demais, ela não tinha contato direito com o mago desde a morte de Carina, mas pelas histórias que havia escutado ele tinha ganhado um tino pela crueldade que deixava todo esse jogo um pouco mais complexo.

O grupo dela já viajava há cinco dias e a cada dia seus sentimentos borbulhavam mais e mais. Faltava pouco agora, já era possível enxergar o pico da torre do palácio de inverno de Fingordil no horizonte, o que impressionara não só Romana, mas Vick, que estava claramente chocado em quão rico era seu poderoso amigo elfo. Quando chegaram mais perto então que a cara deles foi ao chão, o palácio de inverno era uma estrutura colossal, provavelmente estava ali desde o antigo mundo, seis grandes torres duas no pavilhão Leste, duas no Oeste, uma no Sul e uma no Norte, a mármore e as pedras utilizadas reluziam com a luz da lua criando um efeito translúcido nas paredes, e no centro disso tudo um jardim com plantas de diversos lugares do mundo coroados por uma mangueira gigante de dar gosto aos olhos. Logo abaixo da mangueira havia uma porta que fava para a biblioteca do palácio, um dos maiores orgulhos do Lorde Fingordil. A porta da frente era de madeira simples com pedaços de ferro fundido mantendo tudo junto, mas seu tamanho assustava, um gigante poderia facilmente passar por ali, até mesmo Romana utilizando a expansão. Eles entraram pelos portões que abriam para dentro, e foram recebidos por um pelotão pequeno dos soldados de Fingordil e no topo das escadas do palácio estava Clara, a ogra e regente do palácio, ela tinha facilmente dois metros e trinta centímetros, um corpo grande e de cor esverdeada, seus cabelos brancos enormes desciam até a lombar e ela estava em um vestido longo de cor verde água, que combinava com seus olhos magníficos.

Fingordil ao ver sua esposa, subiu correndo as escadas, jogando fora qualquer decoro, e a beijou apaixonadamente, deu para sentir naquele gesto a saudade que ele sentia daquele lugar enquanto estava tomando conta do resto do reino. Assim que acabou de beijar, ele a abraçou, e olhou no fundo dos olhos dela.

- Eu senti tanto sua falta Clara.

- Você sempre sente, seu velho bobo, é apenas um dos motivos pelos quais eu te amo. – Ela então acariciou o cabelo dele, devagar e prosseguiu – Então o que você trouxe aí?

- O de sempre meu amor, alguns desgarrados, uma renegada e o sentimento de que tudo vai ficar bem.

- E não fica sempre meu amor? - A ogra sorriu para ele e o elfo sorriu de volta, naquele momento Fingordil era o mortal mais feliz de todo o mundo, não haviam dúvidas.

O resto do grupo entrou no palácio logo após o reencontro dos pombinhos donos do local. De fora o palácio era espetacular, mas de dentro ele conseguia ser mais lindo ainda, com quadros pendurados na parede representando batalhas importantes do Reino da Galia, alguns sobre a família de Fingordil e Clara, o teto era feito de um mármore especial que imitava um céu estrelado, tanto que com o certo nível de claridade você esquecia que tinha um teto ali.

Romana ficava a cada momento mais impressionada, mesmo tendo sido criada em locais luxuosos, faltava ao império do sol algumas habilidades decorativas, diziam que o palácio da capital era impecável, mas ela nunca conseguiu enxergar a beleza que todos viam. Ali no palácio de inverno do Vizir de um país pequeno como a Galia, ela enxergava a beleza em todo canto. Tanto que ao ficar embasbacada por um vazo ela quase o quebrou, chamando a atenção da anfitriã, Clara, que veio ao resgate da moça, segurando o vaso.

As Relíquias de JerusalémWhere stories live. Discover now