Vick 3 - Um corpo que caí

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Os três chegaram ao palácio, que parecia em festa, haviam copos por toda entrada e onde ficava Marcos, não tinha ninguém, além de uma quantidade incomum de roupas intimas penduradas, Vick olhou aquilo e lembrou de uma coisa importante, o príncipe Fernando era um dos maiores boêmios de toda Drios. Eles continuaram andando e subiram de escada até o andar onde ficava o suposto escritório onde Fingordil disse que iria esperar Fernando no dia anterior. E para a surpresa dos dois o elfo se encontrava dentro dele, junto com o príncipe em pessoa e possivelmente bêbado, ele era um homem branco com cabelos negros como a noite, uma pequena cicatriz na bochecha esquerda e olhos azuis como um dia ensolarado. O príncipe se encontrava debatendo algo com Fingordil, por isso quando Vick entrou ele tentou ser o mais formal possível.

- Perdão Vossa Majestade, nós não queríamos interromper.

- Que nada, pode me chamar de Fê, entra aí.

Intrigados com o comportamento do jovem príncipe, eles relutaram em sentar, mas depois de dois bons minutos de pensamento decidiram que ela o melhor curso de ação a se tomar.

- Príncipe Fernando, esses são Vick Velardo e Romana, eles são aqueles que me salvaram.

- Meu Deus, Fingordil porque não disse antes? Temos que dar uma festa em homenagem a esses dois.

- Nada de festas vossa majestade, você já teve demais por uma tarde.

- Mas, mas Fingo, não mate a curtição.

- Eu sou o rei da curtição, mas compromissos mais importantes estão em jogo aqui.

- Você é a definição de algo chato Fingordil, por isso eu o amo.

- Também te amo. Vossa majestade.

- Que relação incomum a de vocês dois – Romana deixou escapar sem querer – Desculpa não quis soar arrogante.

- Nada, Fingo é como um pai para e considerando que meu pai de verdade é um merda, Fingo é meu pai.

- Não fale assim do Rei da Espanha, meu príncipe.

- Rei de nada, a Espanha só não foi tomada pelo império, porque nós somos as cadelinhas deles. Não existe orgulho em ser Rei e lamber as botas do imperador.

- O senhor tem uma grande magoa com o império, eu sei, mas não é bem assim, agora se me dá licença tenho que pagar Vick por sua ajuda.

Fingordil abriu um grande cofre atrás do espelho, tirou de lá uma quantia generosa para Vick.

- Espero que isso seja de seu agrado senhor Vick.

- Acho que nunca ganhei tanto dinheiro por um trabalho, agradeço ao senhor Fingordil.

O elfo ficou feliz com a gratidão de Vick.

- Se não for pedir demais, também temos outra coisa que precisamos de sua ajuda.

- Já falei para deixar isso para lá Fingo, aquele mago não vai causar problemas, nós não somos o inimigo dele.

- E eu já lhe disse vossa majestade, que mesmo sendo o caso ele causa grande risco para nossa segurança nacional.

- Não vou discutir, faça o que desejar, lhe entrego os poderes de decisão sobre o assunto, agora se me permite subirei aos meus aposentos para dormir.

- Isso é altamente não aconselhável, mas algo me diz que nem te batendo você ficaria aqui, então vá dormir.

O príncipe saiu pela porta, em seu roupão ainda. Aí Fingordil sentou na cadeira dele, olhou para os dois e começou

- Preciso da ajuda de vocês, em minha missão fui mandando para localizar um de nossos comandantes marinhos, mas quando eu encontrei ele já era tarde, foi morto por um mago chamado Dormos. Eu tentei encontrar o mago e tive sucesso perto de Emya, mas perdi seu rastro e fui atacado pelo dríade vampiro, e o resto vocês sabem.

- E você quer nossa ajuda para deter esse tal de Dormos?

- Basicamente isso, não tenho muitas informações sobre o que ele deseja aqui, mas sei que não são coisas boas, ele matou a sangue frio um dos meus homens de confiança. Eu quero a cabeça de Dormos.

- Acho que devemos te contar algo, não é Romana?

- Sim.

Romana prosseguiu a contar a mesma coisa que Vick sabia, sobre o roubo e como Dormos planeja montar um exército para enfrentar o Império e provavelmente tomar a Galia.

Quando ela terminou de contar sua história, o rosto de Fingordil fechou, ele estava perturbado com as informações trazidas por Romana e uma parte dele perdeu a confiança nela, assim que retomou a compostura ele olhou assustado para ela.

- Desde a grande guerra entre Galia e Brasil que nada desse porte acontece. Fernando ainda era pequeno e eu fiquei longe das frontes, mas lembro do horror que foi tudo aquilo. Para impedir que algo assim aconteça, estou disposto a trabalhar com você agente imperial.

- Desculpa, sei que tudo isso soou como uma grande traição, mas não foi nunca minha intenção, até porque antes de lhe salvar eu nem sabia sua procedência real.

- Eu entendo Romana, mas ainda assim não posso confiar completamente em ti, não é?

- Se você está certo disso, não irei discutir com o senhor Vizir.

- Agora, se vocês me dão licença, tenho que escrever cartas a todos os prefeitos e condes sobre nossa ameaça.

- Claro, estamos saindo.

E assim que Romana e Vick saíram da sala, ela decidiu pegar suas coisas do quarto que havia sido emprestado a ela, para se dirigir a Estrela Latina.

- Espero que não seja um problema Vick.

- Jamais, Bianca ficara contente em ter mais um. E, você fez a coisa certa, não se preocupe ele vai te perdoar.

- Isso eu já não sei, mas obrigado pelo abrigo.

Vick abraçou a moça, seus pelos quentinhos faziam de seu abraço um dos mais gostosos.

Depois desse momento fofo, a dupla seguiu para o restaurante, a passos lentos, no caminho Vick passou por uma loja de mágica e comprou um chapéu de mosquiteiro ridículo e Romana fez questão de enfatizar o quão ridículo aquilo ficava nele durante toda a viagem.

Chegaram na estrela latina na hora de mais uma das apresentações de Mariana e dessa vez Bianca estava sentada em uma mesa assistindo, a dupla foi sentar ao lado da irmã de Vick. E ele apresentou Romana, explicando que ela ficaria com eles uns dias, Bianca achou uma ótima ideia, pois finalmente a casa estaria cheia novamente e Vick sorriu.

Em uma das músicas favoritas de Vick, Mariana soltou uma nota altíssima, que fez o ouvido do homem gato doer e quando ele piscou, uma flecha foi na direção de Mariana, atingindo seu peito e jogando a pobre cantora no chão. A multidão ficou incrédula com isso e Vick ficou procurando o atirador, mas acabou não encontrando ninguém. Bianca por outro lado foi junto com Romana socorrer a moça. A capitã tentou uma pequena magia de cura que ela havia aprendido, mas isso apenas fechou a ferida evitando sair sangue, o problema foi que a flecha estava envenenada e ele já tinha chegado a corrente sanguínea da cantora, sua morte se deu alguns minutos depois do ataque, o veneno agiu de uma forma que seu corpo não conseguia mais absorver oxigênio, matando ela sufocada. Porém, antes de morrer ela disse "foram os Camembert". E todos ficaram assustados, por algum motivo uma das três famílias do crime havia matado a moça. E sem ajuda nenhuma Vick Velardo saiu furioso do restaurante em direção a casa da família Camembert.

As Relíquias de JerusalémWhere stories live. Discover now