As Relíquias de Jerusalém

Interlúdio 2 - Yolcameh

Quando os Yolcameh vieram para esse mundo através do portal criado pelo pecado de Morgana, a uma parte deles chegou primeiro na grande cidade asteca Aztlan, uma das maiores cidades já criadas pela raça humana, onde construções monolíticas, pirâmides e magia pura podiam ser apreciadas a cada esquina. Os Yolcameh primeiro estranharam o ambiente, pois eram acostumados com florestas densas e cidades suspensas. Mas assim que barreira social e linguística chegou ao fim, ou quase isso, eles se aliaram aos nativos.

A união entre os povos foi um sucesso tão grande que não demorou muito para ocorrer a miscigenação entre os humanos e Yolcameh. Isto fortaleceu seus laços e levou a criação de uma nova raça superior de Yolcameh. Essa nova raça forte e com ligações as duas que vieram antes fundaram o primeiro império Yolcameh, com a capital Aztlan sendo um farol para todo tipo de raça ou criatura que não era desse mundo.

Aztlan se tornou uma verdadeira metrópole, e milhares de pessoas passavam por ela e residiam ali. No entanto perto de 1064, uma grande erupção vulcânica, destruiu Aztlan. Os sobreviventes do evento, culparam seus governantes pelo ocorrido, pois eles haviam ignorado os sinais do céu. Dez anos antes ocorreu um evento sem precedentes que durou 654 dias, onde a noite virava dia e o dia era ainda mais claro. A guerra interna dentro do império gerou uma separação, nasceram assim as 7 grandes tribos de Yolcameh: os felupinos, os meio-Yolcameh, como centauros e minotauros, os reptalia, os marinhos, os ursarin, os mexica e os alados. Elas saíram de Aztlan e de seus arredores em períodos bem diferentes, mas o destino tem um jeito de trazer as pessoas juntos de novo. 6 das 7 tribos se fixaram no vale do México, um lugar vasto com muita vegetação, rios enormes e um lendário protetor o deus Dragão Ascalon.

A batalha pela sobrevivência no vale era feroz, com monstros à espreita, cobras gigantes, dragões monstruosos, dríades e outros seres que lá residiam. As seis tribos que lá residiam demoraram muito para se ajustar e domar os perigos do vale. Mas quando finalmente se ajustaram, as batalhas territoriais começaram, todos queriam a atenção e as graças do deus dragão Ascalon. Um dia, ele ficou extremamente irritado com as guerras e para impedir sua continuidade desapareceu sem deixar rastros e para nunca mais ser visto. Isso realmente deixou as tribos com medo e confusas, mas não havia mais nada o que fazer, muitos tentaram buscar pistas, entretanto nada concreto foi achado. Por fim, isto apaziguou as tribos durante um tempo.

Um novo problema surgiu assim que as disputas territoriais acabaram, por assim dizer, os mexicas surgiram, eles eram o ápice dos mestiços, eles possuíam características primais de todas as outras tribos de Yolcameh, mas ainda assim mantinham a forma humana. Eles eram os guerreiros supremos, liderados pelos guerreiros Jaguares, em poucos embates subjugaram as outras seis tribos irmãs. Com o fim do conflito, um grande conclave foi organizado para decidir como as coisas seriam dali para frente, depois de meses de discussão foi decidido que o imperador Yolcameh seria um cargo rotatório, e sempre que um morresse o próximo seria de outra tribo, foi feito assim para gerar uma desigualdade menor e evitar rebeliões. Nasceu assim o segundo império Yolcameh, liderado pelo Mexica Acamap.

Um império precisa de uma capital, um centro de poder forte e absoluto, assim nasceu a ideia de Tenochtitlán, construída com a ajuda de todas as 7 tribos, guerreiros, magos e agricultores se uniram para construir o sonho da unidade, uma cidadela magnifica, onde as ruas eram canais regados pelos grandes rios do vale, construções arquitetônicas jamais sonhadas por nenhum Yolcameh que veio antes, fortalezas voadoras feitas de ouro maciço, um grande escudo protetor que era mantido graças a magia ritualística de sacrifícios e um grande templo abaixo do palácio em homenagem ao deus Dragão Ascalon.

A história do império, após Tenochtitlán, ocorreram com relativa paz, uma revolta ali, outra aqui, mas qual império não teve esse problema?

Yolcameh era um reino como nenhum outro na Terra e seria o maior de todos se não fosse o império do sol, que chegaram junto com os seus batedores espanhóis, um número pequeno, apenas 3000. Seus magos eram poderosos e junto aos soldados treinados, eles lutaram com táticas de guerrilha, vendendo o sonho de um império justo, aqueles que eram revoltosos dentro das próprias tribos comeram a ideia de poder como se fosse o doce mais gostoso e de repente os 3000 iniciais leais ao sol se tornaram 30000. E como uma força implacável foram tomando o império a passos pequenos.

Tudo se acabou num dos eventos mais inexplicáveis de toda história. Os guerreiros Jaguares, a elite dos Yolcameh estava conseguindo segurar os avanços do inimigo relativamente bem. Mas, continuavam a ser empurrados para dentro do território, culminando assim no primeiro grande cerco a Tenochtitlán, com a ajuda de dragões do vale, o império do sol represou toda a água dos canais da cidade, deixando a capital sem o precioso recurso durante quase dois meses. A atual família real, vendo seu povo sofrer decidiu que iria render a cidade, era melhor não ter império algum, do que uma destruição completa da tribo. Mas, os guerreiros Jaguares, com os magos da cidade acharam uma maneira de mudar o que seria a derrocada da maior civilização da história. E, no dia que os espanhóis iriam clamar sua vitória, Tenochtitlán sumiu. Assim como Ascalon um dia deixou o vale, a cidade desapareceu, para ter sua localização perdida na história, nenhum dos que viram o evento conseguia acreditar em seus próprios olhos, como uma cidade tão vasta quanto Tenochtitlán sumiria assim? Do nada, no local onde ela ficava, restou uma grande cratera, os espanhóis consumidos por sua derrota não sabiam o que reportar de volta ao imperador. Decidiram soltar a água represada e assim nasceu o rio de Tenochtitlán, acima dele foi construída uma cidade portuária, mas que nunca vingou.

Desde o evento historiadores, magos e aventureiros buscam a localização da cidade perdida de Tenochtitlán, como se fosse a grande El Dorado.

Vick era descendente de um dos Yolcameh traidores, eletinha consciência disso, mas conhecia apenas por alto sua história racial. Suamãe não falava muito de seu pai, tratando- o como uma peça desimportante para avida familiar do menino.