Capitulo 5 ♡

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O começo dessa nova jornada foi difícil pra mim, confesso. Eu me fechei tanto que não via o tempo passando. Era cadeira de rodas e cama, essa era minha vida.

Mas foi só minha mãe me matricular na escola, onde conheci minhas melhores amigas, que a cor e o brilho da minha vida voltou no volume máximo.

O motivo de eu querer sorrir novamente tem três nomes, três pessoas;

Jisoo, ela é uma menina super divertida, dona das piadas mais sem graças, mas mesmo assim, mais engraçadas do mundo. Me tira boas gargalhadas, sinceras e espontâneas. Só dois dos neurônios dela funcionam e ela nem se preocupa com isso. Ela é a nossa amiga sem noção, mas a amamos como se fosse gente.

Rosé, minha esquilinho. Ela é uma peça, super meiga e dá os melhores conselhos da vida, quando quer. Ela foi a primeira que conheci quando entrei na escola, não me olhou feio nem com pena como algumas pessoas daquela escola me olhavam. Ela é meu ponto seguro.

E tem a Jennie, nini, como costumo chama-la. Ela tem uma risada tão gostosa. Ela é uma mistura de fofa e mulherão da porra. Tem dentinhos fofos e quando sorrir esbanja fofura com seus mini dentes.

Nesses últimos cinco anos que nos conhecemos venho notando e sentindo coisas que não podia. Mas só de vê-la eu fico estranha, sentindo um zoológico no meu estômago, um bando de hipopótamos brincando dentro da minha barriga.

Ultimamente ela vem me tratando diferente.

Somos um quarteto e tanto. Uma aleijada de cabelos ruivos, que mais parecia um fantoche nas mãos delas. Uma esquilinha loira e sem um pingo neurônio, uma palhaça fora da caixinha de cabelo Roxo e uma morena, gata pá caralho que mais parecia um bebê quando sorria.

Dá pra imagina??

Hoje, no auge do meus quinze anos continuo sentada. Sigo fazendo fisioterapia e já consigo mexer meus dedos do pé. Sim, uma grande vitória.

Foi muito engraçado a reação das minhas amigas e da minha mãe quando mostrei a novidade. Jisoo soltava gritos de alegria. rosé pulou em cima de mim dizendo que eu era foda. Jennie sentou no chão e ficou encarando meus pés e sem mais nem menos começou a chorar tocando meus dedos os vendo se mexer. Não me contive, caí na gargalhada recebendo tapas da mesma.

Era engraçado como elas me apoiavam e comemoravam a cada progresso que eu tinha, por minima que fosse, como mexer os dedos dos pés.

E minha mãe, como esperado, chorou horrores. Me lembrei do meu pai. Acho que ele está feliz com o meu desempenho.

Já faz tanto tempo.

Eu nunca falei sobre nada que aconteceu comigo à cinco anos atrás pra elas. Elas sabiam que meu pai faleceu, mas não tinha contado como. Sempre que perguntavam eu desconversava. Acho que nunca superei a morte do meu pai. Às vezes tenho pesadelos a noite, sonho com aquele dia, sonho com os últimos anos que passei tomando remédios para dormir ou como fiquei totalmente alheia da situação com o passar dos anos. Eu sei que minha mãe sofreu e sofre com isso tudo. mas a gente nunca parou para conversar sobre esse assunto, e não foi falta de oportunidade.

Só... evitavamos.

Hoje é sábado, minha mãe teve que fazer uma viagem para Tailândia, ela não me explicou, Mas eu sabia que tinha haver com os negócios do papai. Que para quem não sabe era advogado, um excelente
advogado. Não queria ir com ela, por mais que ela insistisse para ir junto eu não estava preparada para nada daquilo.

I was like that - JENLISA Where stories live. Discover now