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Voltei pra casa apavorada, Mariana não ficou atrás, era uma medrosa. Me arrependi de ter dito aquilo, mas agora a merda já tava feita. Pedi pra Mari dormir comigo pra eu não ficar sozinha e ela concordou, talvez ele nem se lembre de mim amanhã.

Obs: Agora que o bglh fica doido. Vai ter violência, conteúdo sexual e tals. Quem não gostar, tudo bem.

•Barão•

Dia seguinte.

Levantei da minha cama e fui tomar um banho gelado. Coloquei uma bermuda qualquer e fui até a sacada. Acendi um baseado e fiquei ali admirando a vista. Lembrei da mina que me desafiou no baile, realmente não sabe com quem tá mexendo. Mas eu tenho um ótimo castigo pra ela. Não quer dar uma de princesa na minha favela? Então eu vou mostrar pra ela que o rei sou eu. Logo me passaram um rádio e eu desci pra base.

- Qual foi? Tá cedo pra me perturbar não nessa porra? - eu disse irritado.

- Bom dia chefe, e que...- eu interrompi.

- Bom dia é o caralho, cadê o tubarão? Quem resolve as coisas na parte da manhã é ele! - eu disse sacudindo a pistola. - Fala qual foi do bagulho logo que eu quero terminar meu baseado.

- Oou, vamos com calma né Bandido? - Rogerinho disse. - O bagulho é o seguinte, a comunidade toda já tá de fofoca que tu não conseguiu cumprir a missão que teu pai deixou pra tu tá ligado?

- Porra, tão achando que minha vida é um morango? Já falei que bandidagem não tem nada haver com mulher. Não preciso de mulher pra porta nenhuma. - eu disse.

- Coé, vamos resolver aquilo lá? Com aquela mina do baile? - dedinho perguntou.

- Faz o seguinte então, passa um rádio pro tubarão aí e nos vai ver essa meta. - eu sentando na poltrona.

Aí tuba, tá escutando? Chefe tá convocando pra resolver aquela meta de ontem. brota na base.

Em pouco tempo tubarão chegou.

- Fala Barão! Já sei onde aquela mina mora. Lá na rua 13. - Tubarão disse.

- Jae.

- Aí, tu vai obrigar a mina a ficar contigo? - Rogerinho perguntou receoso.

- Vou mesmo, ela não disse que não gostava de bandido? Agora que ela não vai gostar mesmo. Vou juntar o útil ao agradável eu já tenho que fazer o que meu pai mandou e nem vou ter trabalho de ficar caçando ninguém.

- Qual foi cara, a mina não é Obrigada não...- Dedinho disse.

- Te perguntei alguma coisa? Já disse que quem manda nessa porra sou eu! Mas pode ficar tranquilo que eu não vou machucar ela não, até que é bonitinha mas não faz meu tipo. Só fachada. Até a comunidade parar de encher o saco, depois eu dispenso ela.

Todos ficaram em silêncio. - Agora vambora seus bandidos de merda. Não tenho o dia todo não. - Todos levantaram e eu fui na frente.

•Maria Júlia•

Acordei com uma puta enxaqueca. Provavelmente resultado da noite anterior. Mariana ainda dormi como pedra. Desci pra fazer um café bem forte. Peguei um pote de biscoitos em cima do armário e sentei na mesa. De repente escutei fortes batidas no portão que acordaram até Mariana. Levantei pra ver quem era e da grande pode ver um monte de bandido armando até os dentes, e nada mais nada menos que: barão. PUTA QUE PARIU. Senti um arrepio na espinha. Era hoje que eu ia morrer, pra que eu tinha que abrir a boca naquele baile meu Deus. Respirei fundo e fui até o portão, abrindo o mesmo e dando passagem pra todos aqueles armários entrarem na minha casa.

- Fala princesa. Dormiu bem? - Barão disse com um tom de deboche.

- O que você quer aqui?

- Terminar o que começamos ué? Vamos fazer o seguinte, tu vai ser minha mulheres durante um período de tempo. Aí quando der na minha telha eu te libero.

- Tá maluco? Nunca que eu vou ser tua mulher! Tô fora.- eu disse.

- Princesa, eu não te dei opções. - ele disse com o revólver na mão. - Eu só falo e você obedece. E pode ficar tranquila, não vou fazer nada que você não queira é só um k.o pra comunidade para de encher a porra do meu saco. - ele disse com um olhar frio diretamente pra mim.

- Por quanto tempo? - eu disse um pouco trêmula olhando pra pistola que ele limpava com um pano de prato.

- Não sei. Quando acabar você vai saber. Arruma tuas coisa.

- O que? Não, não vou sair da minha casa. Pra onde você vai me levar?

- Eu mandei você arrumar. Dedinho vai ficar aqui esperando. Dedinho, quando ela acabar, leva ela pro casarão.

- Sim senhor.

Barão saiu da minha casa junto com aquela tropa de homens armados e o bucha dele ficou sentando na minha cozinha. Eu só sabia chorar. Sentei no degrau da escada e me permitir chorar. Mariana veio me consolar.

- Sei que tu deve tá odiando todo mundo, mas eu não concordo com isso. Só que eu acho melhor você fazer o que ele tá mandando, quanto mais cedo começar, mais cedo vai acabar. - o tal dedinho disse.

Eu só olhei pra ele e concordei. Subi com Mariana pra arrumar minhas coisas.

- amiga, quer que eu vá contigo?

- não Mariana tá doida eu que fiz a merda, eu vou pagar pela merda quando isso acabar, sei lá a gente dá um jeito de ir embora dessa favela nojenta. - eu disse.

- Mas você vai ficar bem amiga? Meu Deus, eu nem tô entendendo o que tá acontecendo...

- é simples Eu mexi com dono da favela e agora ele tá me castigando por isso. Eu vou ficar bem, agora me ajudar a descer com ela mala. Coloquei só o necessário, espero que isso não demore pra acabar.

Descemos com a mala.

- Deixa que eu pego. - dedinho disse.

Me despedi de Mariana e sai pelo portão. Eu tava com um nó na garganta, minhas mãos suavam. Deus que me guarde.







O herdeiro da FavelaWhere stories live. Discover now