11

4.8K 269 28
                                    

[...]

Acordei como se estivesse dormindo nas nuvens. Virei pro outro lado da cama e... Merda! Não foi um sonho, eu realmente transei com o Filipe, meu Deus do céu, me leva agora. Tentei levantar sem que ele percebi, mas ele tava quase de conchinha comigo, tão falhei miseravelmente.

- Bom dia Maju. - Maju? Ele me chamou de Maju? Ok.

- bom...dia. - eu disse enquanto tirava a blusa ignorando o fato dele estar apenas de calcinha na frente, tô nem aí, já viu mesmo.

- Já vai? - ele perguntou meigo. - não quer tomar café?

- Ah-é... Não valeu, eu tenho que ir trabalhar. - olhei no relógio era 8:30hrs, pego no trabalho as 10, mas eu queria meter o pé dali o mais rápido. - Tchau, Filipe. - eu disse me dirigindo a porta.

- Pera! Eu te levo até a porta. - eu olhava incrédula para Filipe enquanto ele calçava  os chinelos. Primeiro transamos, dormimos juntos e depois ele me chama de Maju do nada. E outra, não estava falando comigo com aquele vocabulário escroto de sempre.

Descemos as escadas e ele me levou até a porta. - Até.- eu acenei enquanto saia.

- Até Maju. - De novo, ele me chamou de Maju de novo.

•Filipe•

Caralho. Que transa foi essa com a Maria Júlia? A melhor até hoje. E olha que já travei muitas minas. Só que Maria Júlia é diferente, seu jeito, seu cheiro, nossa, ela é muito cheirosa. Tentei ao máximo ser carinhoso com ela e manter uma postura, sem aquele linguajar de bandido, fui apenas eu. Desde que ela saiu da minha casa eu não paro de pensar nela, o que ela garota tem de especial? Tomou conta dos meus pensamentos, e só fizemos sexo uma vez. Lembre-se Filipe bandido não se apaixona. Sei que não estou apaixonado, mas eu tô afim dela, e só dela. O que tá acontecendo eu não sei, papo reto, mas tipo, aquela garota tem algo especial.

Tomei um banho e desci até a boca pra dar uma olhada no andamento das coisas. Tentei tirar Maria Júlia da cabeça, disse pra mim mesmo que foi apenas sexo como das outras vezes, nada demais. Logo eu esqueço isso e ela também. Uhum, até parece, minha ilusão acabou quando eu vi que dedinho não estava na boca realizando a sua função.

- Qual foi, cadê o dedinho? Ele não sabe que o frente deve ficar aqui? Porra, eu tenho que ficar no pé de vocês o tempo todo?

- Pô patrão, ele disse que voltava já. Uma mina passou aqui na frente e ele foi atrás dela e levou ela pra algum lugar de moto. - um de meus homens disse. - Foi aquele novinha lá chefe, Mariana sei lá. - Rogerinho comentou.

- Maria Júlia? - sugeri já com raiva e certeza que era ela. - Isso! Essa novinha aí mesmo. - Rogerinho disso e eu fervi de ódio. Porque eu estava com raiva? Caralho eu não sei, só sei que essa garota mexeu com a minha cabeça e eu tô com ciúmes? Não óbvio que não tô. BANDIDO NÃO SE APAIXONA. Respirei e apenas disse:

- Quando ele brotar de volta, manda ele ir na base. - ordenei e sai.

•Maju•

- VOCÊ O QUE?! - Mariana berrou.

- Porra, as paredes tem ouvido garota. - coloquei a mão na boca dela pra ver se ela não berrava mais.

- Desculpa- sussurrou.

- Ele como? Você gostou? Ele beija bem? Fode bem? Tem cara.

- Mariana isso não é o problema!

- E existe problema em transar com um homem gostoso daquele?

- Claro que existe!

- E qual o problema de fazer sexo?

- Ter feito sexo com ele...

- Porra Maria Júlia. Me fala o que te incomoda?

- Amiga pensa comigo, ele é dono da favela, e eu sou uma pessoa comum. Algumas semanas trás eu odiava ele e era recíproco. Agora do nada ele vem cheio de mimimi e a gente transa. Mais que merda!

- Olha, se você se sente assim, é só fingir que não aconteceu. Faz igual a ele, pega um monte no baile, no próximo baile finge que nunca nem viu.

- fácil você dizer. - revirei os olhos.

[...]

- Oi Maju. - Carlos disse.

- Ah, oi dedinho. Eu tava destraida. Tudo bem?

- Sim e você? Tá bonita...- ele disse eu fiquei toda sem graça.

- Tô bem e são seus olhos. O que houve que tá desarmado? Mesmo de folga, você fica com aquele fuzil colado. - reparei.

- Fui afastado hoje. Mas não se preocupa, tava afim mesmo de tirar uma férias. 

- Você fez alguma coisa errada? - perguntei preocupada.

- Na verdade nem sei o que eu fiz. Mas tá tranquilo. Quer ajuda com as compras?

- Aí vou aceitar, estão um peso só.

Carlos me ajudou a levar as compras até minha casa. Aproveitei pra oferecer o almoço, aquele garoto tinha uma lombriga na barriga.

- Mas eai? Não me disse o que foi fazer na casa do barão naquele dia.

- Ah-é...- pensei em uma mentira. - ele pediu ajuda com o braço. - Maria Júlia sua mentirosa!

- Pensei que o braço dele já estava bom.

- Ele disse que tava doendo, e eu fui olhar. - menti novamente.

- Entendi. Posso te pedir uma coisa?

- Depende... O que quer?

- Sai comigo? - Puta que pariu, não tô ouvindo isso.

- Sair como assim? Tipo um encontro?

- Isso. Se não quiser eu vou entender. - ele disse frustrado.

- Não, vamos sim! Podemos fazer um piquenique na praia mais tarde.

- Jae, então te passo aqui às 17hr.

- Ok.

Merda! Porra! Eu não tive coragem de dispensar ele... Ele é tão fofo, carinhoso, lindo. Mas eu não tô com segundas intenções nele, o que eu faço?????



O herdeiro da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora