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Filipe

 [...] em todos os marcadores testados e uma probabilidade menor que 99,9999% concluímos que CARLOS EDUARDO MACEDO não é pai biológico de AYLA DOS SANTOS BARÃO. (Teste negativo)

Eu sabia que eu era pai da Ay. Sou completamente apaixonado pela minha pequena. Sempre soube que eu era pai dela. Ela é a coisa mais importante da minha vida.

- Oi...- fiquei um tempo na sala pensando na vida e depois resolvi ir no quarto ver a Maju. Já eram 3 da madrugada e ela estava debruçada na sacada. - Podemos conversar?

- Tentamos isso á algumas horas atrás e não deu certo não foi?

- Mas agora sem brigas...- falei e ela se virou pra mim. Me aproximei dela devagar e toquei em sua cintura. Senti seu pelos arrepiados com meu gesto. - Eu te amo tanto Maju... Me desculpa por tudo... Eu não devia ter duvido de você, eu sei que você não faria nada pelas minhas costas, muito menos com ele. Me perdoa?- me abaixei um pouco e coloquei meu rosto na curva de seu pescoço. Como ela estava cheirosa. 

- Perdoou. - ela colocou seu rosto em meu peito. 

- Eu sou pai da nossa pequena...- falei com a voz embargada. 

- Eu sempre soube disso. - ela disse. - Maju pode não ser igualzinha a você, mas ela tem traços seus, seu jeito...

- Eu sei.. mas mesmo se eu não fosse o pai biológico dela, eu ia continuar sendo o pai dela. Eu vi ela nascer, ajudei você com o primeiro banho dela, dei mamadeira, dou amor, e se ela quiser o mundo eu dou também.

- Sei disso...- ela disse passando a mão em meu rosto. - Eu só preciso de paz Filipe... Essas coisas acontecendo, nossa filha no meio disso tudo. Eu não aguento mais tanto problema...- ela disse com uma voz cansada e deixando cair algumas lágrimas. Me senti mal, eu preciso dar um jeito nisso.

- Eu vou dar um jeito nisso amor...Confia em mim- falei e dei um beijo em sua testa. 

- tudo bem... eu confio em você.- ela disse selando nossos lábios. - vamos dormir?

- Vamos tomar um banho antes? Eu e você? 

- Vamos. - entrelaçamos as mãos e fomos pro banheiro. 

(pulei a parte do banho porque não teve nada demais)

Dia seguinte

- Tem certeza disso?- Henrique me perguntou.

- Eu preciso fazer algo, e dessa vez tem que dar certo.

- Isso eu entendi, só não entendi a parte do fugir de tudo. 

- Não quero mais essa vida Henrique, preciso ir embora, jogar tudo pro ar, dar uma vida descente pra minha filha e minha mulher. 

- Penso nisso também. 

- Então! Vamos fazer essa missão e meter o pé. E só passar o morro pro Macarrão. - falei. Macarrão era um ex braço do meu pai, dono do morro ao lado. 

- Tá mas você já falou com a Maju?

- Não, ela vai ficar me perguntando se eu tenho certeza, e eu vou acabar me arrependendo. - falei colocando a pistola na cintura. 

- Jae, bora?- Henrique colocou a pistola dele também e pegou a chave do carro. 

- Bora. 

[...]

-O plano é o seguinte... Tu vai pela por dos fundos. Eu entro pela da frente, se ele tentar fugir, você vai tá lá trás, entendeu?- falei com Tubarão que assenti. De acordo com Lobinho, o local que estamos é o esconderijo daquele merdão. Só de pensar que não acertei aquele tiro, me sobe um ódio! Descemos do carro,inciamos o plano. Tirei a pistola da cintura. A porta já estava aberta. Entrei na cozinha e nada, fui até o banheiro e nada. 

- Ora, ora, ora, se não é o senhor mal de mira dos santos Barão.- ouvi uma voz atrás de mim. Olhei para Carlos, a cicatriz em seu pescoço tirava um pouco da raiva de não ter conseguido mata-lo, coisa feia do cacete. 

- Merdão Macedo! E um enorme desprazer ver você novamente.

- Digo o mesmo.- sorriu debochado.- Dessa vez, será uma luta justa. - ele olhou pra minha arma e pegou a sua que estava nas costas. - Na ultima vez, digamos que eu estava em desvantagem...- ele apontou pra mim e eu fiz o mesmo com minha pistola. - Mas dessa vez, não sou o alvo. - ele apertou o gatilho e eu ouvi o barulho alto do tiro. 

Maju

Filipe disse que tinha que resolver algumas coisas. Fiquei preocupada, ele não deu detalhes e faz horas que ele e o Henrique saíram daqui. 

- Amiga, para de andar pra lá e pra cá. -Mari disse.

- Não consigo, o que será que ele foi fazer? Sabendo que aquele louco tá solto por ai? 

- Eles vão ficar bem, fica tranquila, ele deve ter tido um bom motivo pra sair do morro. 

- Eu sei, mas sei lá... Não posso perder ele.

- Vira essa boca pra lá Maria Júlia! Vai dar tudo certo.- assenti. 

Mais horas haviam se passado e nada do Filie e do Henrique. 

- Que droga! Retiro tudo que eu disse! Agora tô nervosa!- Mari disse. Mas a porta se abriu no momento seguinte e nos demos um pulo do sofá. 



O herdeiro da FavelaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora