5 · back

4.6K 298 209
                                    

23 de março de 2014
los angeles

flame pov.

Certo, sem dúvidas aquele era um péssimo momento para encontrá-lo.

- Ah, tem um parente meu internado aqui. - Engoli a seco, sentindo meu coração acelerar com o assunto. Caminhei até ele em passos lentos, receosa por me aproximar. Ele me encarava com uma expressão confusa, mas desviou o olhar assim que cheguei perto o suficiente para encara-lo cara a cara. - E você?

- Meu pai está aqui. Acidente de carro. - Sua voz saiu quase como um sussurro, ele logo voltou a encarar o chão e pude ver sua respiração acelerada, ofegante.

Respirei fundo, e sem pensar muito sentei ao seu lado. Levei minha mão esquerda até suas costas, acariciando levemente a região. Ele continuou quieto, nem ao menos me encarou.

- É.. - Retirei minha mão, pousando a mesma no meu colo. Respirei fundo, me recostando na cadeira, também de cabeça baixa.

Silêncio. Os únicos barulhos presentes naquele momento eram das pessoas andando pelos corredores e da respiração estranhamente ofegante de Justin.

- Ele vai ficar bem. - Disse, quebrando o silêncio.

- É, vai. - Ele voltou seu corpo pro recosto da cadeira e cruzou os braços em frente ao peito, encarando um ponto fixo em sua frente.

- Você está bem? - O encarei confusa.

Eu não o conhecia, mas não queria acreditar que aquele fosse o normal dele.

- Por que não estaria? - Nossos olhos se encontraram por poucos segundos, e ele logo tratou de desviar. Mas foi tempo suficiente para eu perceber suas pupilas dilatadas e seu rosto levemente avermelhado.

Céus, ele está drogado. Duas e meia da tarde!

Soltei um riso fraco como resposta. Balançando a cabeça negativamente, apoiando-me no braço da cadeira e logo levantando da mesma.

- Onde vai, Flame? - Sua voz rouca soou atrás de mim, fazendo-me parar no mesmo instante e virar meu corpo em sua direção, encarando-o. Ele continha um sorriso de canto nos lábios e seus olhos fixos em mim.

- Pelo visto você está precisando ficar sozinho. - Indaguei, já estressada com a situação. Ele desviou seu olhar do meu e desfez o sorriso, passando a língua preguiçosamente pelos lábios.

Porra, ele não deveria ter o direito de ser sexy em plena discussão.

- Você está enganada. - Ele disse, ainda encarando um ponto fixo qualquer.

Senti meu corpo todo se arrepiar ao ouvir aquela frase. Mas antes que eu pudesse responder qualquer coisa, um gritinho agudo ecoou pela sala, chamando nossa atenção.

Uma garotinha que aparentava ter uns seis anos se aproximava da gente, indo na direção de Justin. Ela segurava um telefone enorme que mal cabia em suas pequenas mãos e seus olhos brilhavam encarando o homem sentado em minha frente.

- Justin! Justin! - A mesma exclamou passando na minha frente com os braços abertos, no mesmo instante a expressão de Justin mudou, um sorriso meigo apareceu em seu rosto e ele a abraçou.

- Ei, pequena. O que está fazendo aqui? - Ele bagunçou levemente os cabelos no topo da cabeça da menina, que gargalhou com o ato. - Você quer uma foto? - Ele perguntou, encarando o celular nas suas mãos. Ela sorriu balançando a cabeça positivamente.

Ela era linda. Parecia com ele.

- Deixa que eu tiro. - Disse, a menina me encarou sorrindo e me entregou o telefone. Justin permaneceu quieto, apenas fazendo a pose pra foto.

Behind FameOnde histórias criam vida. Descubra agora