II- Flores de girassól

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"Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão."

A garota passou tempo demais o encarando, não era por ele mais sim por ela, era coisa demais para assimilar, tantas perguntas.. Scarllet se esgotou ao ponto de odiar a si mesma, se conseguisse voltar ao passado, concerteza seria tudo diferente, tudo do jeito que tinha que ser, como havia sido planejado por sua mãe. A essa hora no passado se as coisas tivessem ocorrido diferentes já estariam arrumando as malas. De repente sua mãe não estava mais na cozinha fazendo chá e a única coisa que passava em sua mente era que não tinha se despedido, nunca mais veria sua mãe na vida, trocaria qualquer coisa por alguns minutos no passado, talvez as coisas fossem diferentes do jeito dela..

Sem perceber as lágrimas já deslizavam pelo seu rosto agora não tão sereno, caiu de joelhos ao lado do corpo de sua mãe tocando sua mão. O que ela tinha feito para merecer tal ato? Por que sua lista de perguntas crescia tão rápido? Bem, talvez fosse o universo. Certa vez me contaram que o Universo as vezes se entediava do ódio de Sol e Lua e brincava com a vida das pessoas, isso explicaria as mil e uma perguntas.

Estava sem chão, sem rumo. A ficha ainda não havia caído, para ela aquilo provavelmente era um pesadelo que estava prestes a acabar, torcia para que fosse, mesmo sentindo que aquilo era vida real.. Chorava desesperadamente abraçada ao corpo já sem vida de sua mãe, ela ainda estava aqui certo? Se perguntava mesmo já sabendo da terrível resposta.

O desconhecido que até então observa-va do canto da sala a levantou dando um abraço reconfortante. Após alguns minutos o abraço foi desfeito pelo mesmo, a encarou, como se não ouvesse amanhã. Scarllet podia jurar que aqueles olhos verdes brilhavam ao olhar para ela poderia ser sua imaginação inventando coisas..

_Tudo... bem? Silêncio, só havia isso na sala nada mais. Nenhum dos dois tinham coragem de dizer mais uma só palavra. Para Scarllet era como se ela não estivesse mais ali, como se entrasse em um tunel do tempo e repassará todos os momentos bons e ruins junto de sua mãe.

_Sou Ethan. "Porque ele não conseguia ficar quieto?" Pensava, só precisava de silêncio agora, paz. Era tão fificil assim querer isso agora? Logo percebeu que não poderia ficar em silêncio para sempre, por mais que quisesse, uma hora teria de falar, de bombardear-lo de perguntas, como por exemplo: quem é você? O que você está fazendo aqui? Ou algo do tipo, Por que seus olhos brilham quando me olham? Mais silêncio, foram dez minutos de silêncio decidindo se iria ou não falar.

Se abaixou acareciando o rosto calmo de sua mãe, pela sua feição teria encontrado a paz. Talvez agora estivesse correndo em um calmo campo de lírios no paraíso, lírios, suas flores favoritas. Ethan as vezes a encarava pelas costas o que a garota conseguia ver pelo canto de sua visão quando não estava focada em sua mãe.

Se levantou, criando coragem empurrou o homem que estava no chão para o canto, seguindo até a cozinha junto do olhar curioso de Ethan. Sua mãe precisava... De um funeral. Pegou os lírios da jarra na cozinha os levando até sua mãe.

_Relinquam in pace, sicut venti, et fluctus maris, et post meridiem solis radius. Orta sit semper vobiscum radiantibus desuper. Ite in pace, scio quod nulla oblivione delebitur va solus. Começou a resitar em latim, esse seria seu funeral. Com sua amada filha ,um corpo morto ao chão com o qual ninguém se interessava e um completo estranho. Adicionava a sua lista o que sua mãe teria feito para merecer um fim tão trágico? E o que teria acontecido com ela se Ethan não tivesse chegado a tempo para salva-la, talvez ele fosse um anjo. Isso explicaria o brilho nos olhos ou a beleza dívida.

_Obrigado, por... me salvar, sou Scarllet. Deslizou as mãos pelo rosto de sua mãe fechando seus olhos. Levantou-se limpando as lágrimas que ameaçavam a cair novamente.

_Quem são esses?? Porque fizeram isso com ela?? O que você está fazendo na minha casa?? O bombardeou de perguntas, o mesmo a encarava sério. Quando estava prestes a fazer mais uma de suas perguntas foi cortada sem ao mesmo começar a falar.

_Não posso lê contar agora. Eu sinto muito. Olhou para mãe da garota.

_Como assim não pode contar agora? Você invadiu minha casa com um bando de homens que eu nunca vi na vida, mataram minha mãe, salvou minha vida e não pode me contar agora?!

_Scarllet eu não posso, iria colocar sua vida em risco e a minha também.Eu so lê peço para confiar em mim e vir comigo e eu lê explicarei tudo em breve. Ele disse com a voz doce. A garota só poderia estar ficando maluca em cogitar a idéia de confiar em um conpleto estranho a pedindo para ir junto com ele. Mas algo a garantia que eu devia confiar nele.

_Como posso confiar em você? Como sei que não irá fazer o mesmo que eles? Olhou para o outro lado da sala onde estava o outro corpo morto no chão com a cabeça envolta de uma poça de sangue.

_ Por favor, confie em mim, siga sua intuição. E aliás eu salvei sua vida, nunca te colocaria em perigo. Realmente tinha algo em sua cabeça que falava cada vez mais alto que deveria ir com ele. Será que isso era intuição?

Não sua burra.

A voz ecoou em sua mente . Ignorou aquilo, junto do fato de estar ficando maluca.

_Certo. Mais primeiro preciso saber para onde vamos? Olheou para ele confusa.

_Para a casa da minha família, eles estão a nossa espera. Não precisa levar nada, ja tem tudo lá. Deu um sorrisinho de lado, que meu deus que sorrisinho foi esse? Scarllet já estava se apaixonando por ninguem menos que O estranho.

_E ela? Seguiu o olhar até sua mãe, que estava com uma expressão suave, como se estivesse feliz.

_Iremos levá-la junto conosco e a interar. Ele olhava para baixo em sua direção, deu um longo suspiro estava prestes a mudar sua vida, seja ela pra boa ou ruim, não sabia. Sua mãe havia morrido e ela estava prestes a cometer uma loucura hoje definitivamente o universo estava entediado e decidiu dar uma atençao a mais para a garota.

_Ok. Ele a olhava nos olhos a encarando por longos segundos, segundos de silêncio seus lindos olhos verdes penetravam até a alma, estávamos se encarando de um jeito diferente, como se já se conhecessem a milhões de vidas atrás, como se fossem íntimos. Imediatamente a garota se virou para sua mãe cortando o contato visual, Ethan fez o mesmo indo em direção a mulher gelada deitada no chão a pegou referência no colo com todo o cuidado do mundo, como se ela fosse uma criança que durmiu no sofá. Foi em direção a porta e parou, Scarllet o seguiu abrindo a porta já que suas mãos estavam ocupadas.

Deu a ultima olhada para a casa que contia toda a sua vida ali, desdes momentos mais felizes até os tristes, agora estava em silêncio e vazia, pela primeira vez... Foi ali que tinha aprendido a tocar piano, foi naquela esquina da parede que havia abrido a testa levando três pontos, foi ali que discutiu a última vez com sua mãe no mesmo dia, foi ali que a mesma partiu para o paraíso...

Sairam pelos fundos, por sorte ninguém os viu. Ali estava parado um carro. A colocou no banco de trás deitada, passando o sinto nela, mesmo que não precisasse, a garota entrou no banco do passageiro com Ethan ao seu lado. Era isso, apartir de agora estava definitivamente nas mãos do Universo que com esse teatro que acabava de ter em sua casa não estava nem um pouco entediado.

Algumas lágrimas rolavam pelo seu rosto que imediatamente as limpava. Sem se deparar caiu no sono encostada na janela.

A forte luz da manhã a acordou estava em um lugar macio com cheiro de flores, um quarto, um quarto muito bonito. Todo decorado nas cores vermelho e amarelo, deu uma olhada melhor ao redor, haviam quatro portas uma delas era uma sacada. E as outras tres supoz que deveriam ser o closet, o banheiro e a saída.

As paredes tinham alguns desenhos e quadros, no canto do quarto havia uma cadeira e duas poltronas, ao lado da cama um armarinho com suas flores favoritas, girassóis e nele um bilhete.

"se acordar eu estarei la em baixo. E a propósito bem vinda! -Ethan"

Se deiteu novamente e olheando para o teto. De vidro! "Meu deus se esse era o quarto para as visitas imagina o deles." Pensou a garota.

Apreciou a natureza, a cima do teto dava para ver enormes árvores e uma brisa suave que sacudia algumas folhas. Logo caiu no sono novamente com aquela imagem das árvores e pequenas lágrimas deslizando pelo canto dos seus olhos.

Boa noite minha flor... sua voz ecoava em sua mente..

Ignis - Amanhecer // A Filha Do Sol - Livro 1 da trilogia EclipseWhere stories live. Discover now