VII- Pequeno graveto

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"Eu estou na escuridão, e você na luz, porem caminhamos na mesma trilha."

A luz pensa que viaja mais rápido que tudo, mas está errada. Não importa quão rápido a luz viaje descobre que a escuridão sempre chega antes e está a sua espera. Todos temos nossa escuridão, e precisamos dela é ela que te coloca no lugar, é ela que te julga a noite. Só é necessário limite, ou ela te consumirá e esse caminho, não tem volta nunca. Quando você chega ao limite de toda luz que você conhece, e está a ponto de dar um passo na escuridão, fé é saber que uma dessas coisas vai acontecer: vai haver chão, ou você vai cair em uma escuridão intensa e nunca mais sair de lá, dois caminhos diferentes e distintos.

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A escuridão estava presente para todos os lados, ela estava sem rumo, sem chão ou céu não fazia a mínima ideia de onde estava. Um rugido masculino repercutiu o lugar vasto sem início ou fim. De repente o cenário mudou, um enorme corredor cheio de portas numeradas se estendia em uma linha reta, caminhou pelo corredor cada porta uma emoção diferente, um passo de cada vez, alegria, angústia, tristeza, era como se cada porta prendesse uma parte diferente de sua vida. Mais um rugido estridente ecoou pelo local, a cada porta que passava os gritos aumentavam mais, um arrepio percorreu seu corpo dos pelos da nuca até a espinha.

Continuou a andar pelo extenso corredor, parando de frente para a porta 13169, o número da morte, era como se a a porta a chamasse cada vez mais alto. Até que se abriu por conta própria revelando uma luta, gritos, lágrimas, sangue e berros davam ao local um cenário aterrorizante, o que um dia foi um lindo campo cheio de flores, agora todas arruinadas.. No centro, haviam dois guerreiros os qual não conseguiu ver o rosto, caminhou em meio ao Caos era como se ela fosse um fantasma, uma rosa-branca ao meio das pretas, continuou a andar passando por assassinos cruéis e frios. Pela fisionomia uma mulher no centro lutava contra um homem com bravura e determinação, a cima deles no céu ocorria um eclipse, gravadas as palavras "até a morte". Um dos guerreiros caiu no chão dando a oportunidade perfeita para o outro esperto que enfiou a espada em seu pescoço, no mesmo minuto todos largaram suas espadas e arcos o silêncio se instalou no campo arruinado, a mulher estava jogada no chão em um canto mais afastado, seu corpo cheio de sangue e ferimentos. Assim que a ficha caiu, gritos preencheram o lugar, tanto de alegria quanto de tristeza, o som foi ficando cada vez mais abafado até que ela pode ver o rosto da mulher de cabelos vermelhos, jogada ao chão. Um homem loiro com o rosto desfigurado correu em direção àquele que se vangloriava por matar a mulher, um enorme círculo foi formado ao redor deles, que lutavam como se não houvesse amanhã, o homem mais alto estava cansado pela luta exaustiva que teve com a mulher mais não o suficiente para perder.

A garota andou ao meio daquela multidão que a impedia de chegar a mulher, empurrou diversas pessoas para chegar lá, era como se elas não se importassem, era como se ela não estivesse ali. Então tudo virou o Caos mais do que já estava, observou-a jogada no chão, cheia de ferimentos, tantos profundos como rasos, a imagem a sua frente girava acompanhado de lágrimas involuntárias em seu rosto, uma dor agonizante em seu pescoço, como se estivesse perdendo todo o ar que resta. Quando desviou o olhar da mulher para seu pescoço lá estava a mesma espada que fora usada pelo homem, sangue jorrava pelo chão se misturando com suas lágrimas, ela se virou para trás e os seus dentes trincaram, viu o que não queria, o homem loiro foi morto pelo mais alto, ela não sabia quem eram aqueles ou por quê dela esta ali, mas sabia que nutria qualquer sentimento pelo loiro, seja no passado ou no presente, esse sentimento era puro e existiu. Colocou as mãos na cabeça que latejava lentamente suas lágrimas atrapalhavam sua visão, uma onda de dor estridente a atingiu como um tiro, mordeu o lábio inferior emitindo um pequeno gemido, queria que aquela dor sumisse do nada assim como apareceu, mas não sabia como fazer aquilo. Tudo estava girando e começando a ficar preto, não tinha sentido continuar lutando por nada, sentiu seu corpo indefeso atingir o chão emfim paz. O caos sempre esta presente.

Ignis - Amanhecer // A Filha Do Sol - Livro 1 da trilogia EclipseWhere stories live. Discover now