CAPÍTULO 4 - FLASHBACK DANILO

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Ninguém além de você, além de mim, além de nós

além de nossos corpos juntos

eu amo te segurar bem perto, nessa noite e sempre.

Pillowtalk - Zayn



- Você poderia tentar parecer menos entediado. – Eu digo para Alex, meu irmão mais velho, que está parado num canto, com seu copo de whisky, olhando todos com sua melhor expressão blasé. Ele detestava lugares assim, onde só tinha música ruim e gente bêbada e sem noção.

- Eu estou entediado. – Ele diz, revirando os olhos.

- Você já foi mais divertido. – Eu digo, com um meio sorriso, que ele rebate de volta. Na faculdade, ele já estaria se agarrando com qualquer loira que cruzasse seu caminho. Corro meus olhos pelo salão, terminando minha cerveja. Divago sobre o trabalho e a finalização da faculdade. Me viro para Alex para esclarecer uma dúvida, mas percebo que ele tem os olhos fixos em um ponto. Ele não se move e vejo o pequeno sorriso se espalhar no seu rosto. Eu conheceria essa expressão em qualquer lugar. Era ele se preparando para atacar uma presa.

- Quem é a vítima? – eu pergunto, vindo para seu lado, tentando focalizar o que tanto chama atenção de seus olhos. E então eu a vejo. Ela parece a porra de um anjo sensual, se é que isso é possível. Corpo magro, mas com curvas, cabelo loiro, sorriso largo. Acho que os olhos são claros, mas as luzes coloridas e a distância não me permitem descobrir.

- Nossa! – eu digo, embasbacado. - Agora eu entendi o que você tanto olha. – eu rio, tentando disfarçar a atração que sinto. Eu e Alex tínhamos leis de irmandade. Quem quer primeiro, fica com a mulher. Nada de competição entre irmãos. - Aquela loirinha é linda demais... – eu digo, olhando a mulher que dança com uma amiga muito bonita também.

- Eu estou olhando para a morena, seu imbecil. – Alex diz, tomando mais um gole de seu uísque. Eu sinto o peso do mundo saindo dos meus ombros.

- É linda também. – incentivo. - Já que não é a loirinha que você quer... – falo, dando de ombros, Alex sorri pra mim, negando com a cabeça, enquanto me enfio no mar de gente, me espremendo até chegar na mulher linda se movendo na minha frente. A música passa de agitada para sensual e eu sorrio, ela rebola e aproveito para me aproximar. Paro atrás de suas costas e coloco minhas mãos em sua cintura estreita. Ela para de se mexer e eu me aproximo de seu ouvido, sentindo seu cheiro doce preencher todos os meus sentidos.

- Posso dançar com você? – Pergunto, vendo sua pele se arrepiar sob a minha. Nem tento conter o sorriso que se espalha brutalmente nos meus lábios. A moça se delimita a olhar por sobre seu ombro, cravando os olhos – que percebo serem de um tom de azul exótico, escuro – nos meus. Ela é linda. Puta que pariu, ela é linda pra caralho. Os traços são delicados, ainda que intrínsecos, a boca é pequena e delicada, os olhos amendoados, as maçãs do rosto, altas. As sobrancelhas bem desenhadas lhe conferem uma expressão sexy. O cabelo loiro está preso em uma trança bonita e meus dedos coçam para correr meus dedos por eles. A encaro com minha melhor expressão felina. Ela analisa todo o meu rosto antes de abrir um sorriso sensual e voltar a se mexer contra o meu corpo, no ritmo da música. Ela dança muito bem e não é difícil acompanhar seus passos. Cravo minhas mãos em sua cintura, e a guio da forma que me entende. Ela se esfrega deliberadamente no meu corpo, me enlouquecendo. Ela usa saltos, mas sua cabeça mal alcança meu ombro. Sua bunda está perigosamente perto da minha virilha, mas mantenho uma distancia respeitosa. Permito que meu rosto volte para seu pescoço, e sinto sua cabeça se apoiar contra meu peito, me dando passagem. Não penso duas vezes antes de sentir o gosto de sua pele suada em minha boca. Meus lábios alcançam a pele suave, e assim que minha língua a saboreia, uma corrente elétrica corre por meu corpo, me deixando automaticamente ligado. Seu gosto é bom pra caralho. Agridoce, de mulher. Vejo sua garganta subir e descer com dificuldade. Sorrio, depositando um beijo simples, agora perto de sua orelha. Ela solta o ar rapidamente e vejo um pequeno sorriso se espalhar por seu rosto. A amiga dela, que dança na nossa frente de olhos fechados, parece cansada e para de dançar.

QUEBRADOS - Irmãos Fiori: Livro II - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora