Capítulo quatro

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POV. ANY

- Aqui gatinho... Onde você está?- Any sussurrava ao mesmo tempo em que vasculhava o canteiro da hortênsias.

Nada...

O capuz de lã a estava sufocando, e ela blasfemou por não ter tido a ideia de ter trazido uma lanterna.

Perdera mais de 10 minutos procurando em cada canto do jardim e até ferir um dos polegares nos espinhos de uma roseira.

O melhor seria desistir. Pelo menos, poderia voltar para casa sabendo que havia feito o que podia para encontrar o senhor Pootles. E onde quer que o gato tivesse escondido, ela tinha certeza de que não tinha sido no jardim do vizinho.

Any aproximou-se do muro e apoiou as mãos no topo.

Escorou um dos pés numa saliência da parede e, quando estava pronta para saltar, o ruído de passos atrás dela a fez girar a cabeça e espiar sobre um dos ombros. Ela mal teve tempo de vislumbrar a silhueta de um homem que se aproximava rapidamente quando sentiu uma forte agarra-la pela camiseta e erguê-la no ar. Any quase ficou sem fôlego quando sentiu as costas apoiadas na muralha de músculos que constituía o tórax másculo nu.

Ela abriu a boca para gritar por socorro, mas foi impedida pela palma da mão enorme que exalava um perfume suave de sabonete de sândalo.

— Não. Você não vai chamar seus comparsas.- A voz rouca com sotaque irlandês ameaçou.

Any tentou, em vão, se livrar da mão que, agora, a agarrava pela cintura. E, sem dizer mais nada, O homem a apoiou sobre um dos ombros e começou a caminhar na direção da casa, carregando-a como se fosse um saco de batatas.

Any ficou em pânico. Podia imaginar as manchetes nos jornais da manhã: "Mulher é estrangulada ao tentar encontrar o gato perdido". Ela nem mesmo conseguia gritar. Saco de umas pernas na tentativa de chuta-lo, mas aconteceu de a calça larga que ela usava deslizar até os pés e fazer com que, sem querer o homem a libertasse. Any caiu esparramada no gramado e a fraca luz da varanda revelava-lhe as pernas nuas.

— Hei! Você usa calcinha de cetim?

Ela erubesceu e apressou-se em se erguer e puxar o jeans para cobrir-se.

— Afinal, quem é você? — ele gritou espantado e, aproximando-se, tirou o capuz de lã que ela usava. Os cabelos longos se espalharam assim que foram libertados.— É uma garota!?

— Não sou uma garota. Sou uma mulher, seu brutamontes! — Ela esbravejou e tomou o gorro de volta.

Ele deu um passo adiante e a intimidou com sua altura:

— E o que uma mulher está pretendendo ao invadir a minha propriedade?

Ela recuou um pouco, segurando as calças com as mãos firmes. A vergonha era tanta que Any achou melhor não responder. O melhor seria escapar dali o mais rápido possível.

Tarde demais... Ele percebeu-lhe a intenção e agarrou-lhe um dos braços com firmeza.

— Nada disso, senhorita. Preciso que responda algumas perguntas antes de partir.

E, sem que ela esperasse, ele a tomou nos braços e a carregou pra dentro da casa, ignorando-lhe os protestos. Só parou quando a acomodou sobre uma poltrona de couro na sala de estar.

— Fique aqui! — ordenou ele. E, quando ela tentou levantar-se, ele a impediu, colocando as mãos sobre as laterais da poltrona e formando uma verdadeira gaiola. O calor que irradiava do peito amplo e nu a deixava atordoada.

Charme Fatal  *beauanyWhere stories live. Discover now