Capítulo onze

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POV.ANY

Quando entraram no Gino's Café, o pequeno barzinho italiano ainda não estava lotado de turistas. O que era étimo, porque Any não desejava se expor diante de tantas testemunhas. Ela ainda não tinha ideia da reação que Joshua teria em mente para vingar-se por ela tê-lo abandonado naquela manhã.

Any apontou para a primeira mesa próxima da porta e Joshua concordou. Ela colocou a bolsa na cadeira ao lado e ele se acomodou no lado oposto ao dela.

Depois de acenar para Gino, que se encontrava atrás do balcão, Any perguntou para Joshua:

— Você vai querer provar o cappuccino?

— O que vou querer é falar seriamente com você.

Ela procurou ignorar o tom autoritário dele e decidiu começar logo com as desculpas que lhe devia:

— Olhe, senhor Beauchamp, quero dizer, Joshua. Eu tenho algo a lhe dizer que...
Naquele instante, Gino aproximou-se com um cardápio em mãos e os interrompeu:

— Olá, Any. O que vai querer? O de sempre?

— Oh, não! Nada de muffin hoje. Apenas um café expresso fraco.

— Como quiser, meu bem — Gino respondeu com um forte sotaque italiano e anotou o pedido. — E quanto a você, amigo? — perguntou, dirigindo a atenção para Joshua.

— Um expresso comum.

Gino anotou o pedido e, para espanto de Any, colocou o bloco de papel embaixo de um braço e estendeu o outro para cumprimentar Joshua:

— Sou Gino Jones, o dono do Café. Eu nunca vi você por aqui antes. Como é que se chama?

— Joshua Beauchamp. Eu me mudei para a casa vizinha da de Any algumas semanas atrás.
Gino franziu o cenho.

— Por acaso não é o homem que Any...
Ela tossiu ruidosamente. Será que Gino tinha uma boca tão grande que seria capaz de contar o que ela vivia falando a respeito de seu novo vizinho?

— Nós estamos com pressa, Gino — ela falou para impedir que ele prosseguisse na conversa. — Deixei Joalin sozinha no estande e a feira já vai começar.

— Sem problemas — respondeu Gino com um olhar desconfiado. — Vou buscar os expressos.

— Sabe de uma coisa engraçada? — Joshua falou, assim que Gino se afastou. — Eu tenho a impressão que as pessoas por aqui não gostam muito de mim.

Aquela suspeita declarada alertou Any de que Joshua já sabia de algo sobre o do que ela dissera a respeito dele antes de conhecê-lo. O melhor seria assumir a culpa de uma vez e pedir que ele a perdoasse.

— Senhor Bea... Sinto muito, Joshua. Eu me comportei muito mal ao invadir o jardim de sua casa e acusá-lo de... Bem, por não ajudar a encontrar o senhor Pootles. E também... — O detestável rubor inundou-lhe as faces — por tê-lo forçado a fazer amor comigo e abandoná-lo sem ao menos me despedir. Estou completamente envergonhada pela minha atitude. E por isso quero pedir-lhe desculpas.

— Hmm — Joshua apenas murmurou. E, para espanto de Any, ele atravessou um braço sobre a mesa e entrelaçou os dedos numa das mãos dela. — O que a faz pensar que eu fui forçado a fazer amor com você? Não lhe ocorreu que eu também estava querendo o mesmo que você?

Naquele ponto, ele começou a afagar o pulso feminino com um polegar e Any sentiu o coração se acelerar e as pernas estremecerem involuntariamente.

Felizmente, a chegada de Gino o interrompeu e Joshua liberou a mão dela para acomodar as costas no espaldar da cadeira.

Após servir o café, Gino afastou-se outra vez, mas não sem antes dar um olhar incisivo na direção de Any. Sem dúvida ele estaria confuso ao presenciar a cena aparentemente romântica do casal.

Charme Fatal  *beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora