Charme Fatal *beauany

Capítulo seis

POV.ANY

Ao perceber que Joshua havia adormecido, Any afastou-lhe a mão
cuidadosamente e repousou-a sobre a cama. Então, se lembrou das demais instruções que Shivani lhe havia dado.

Porém, a terceira delas ela não tinha a intenção de cumprir.

Caminhou até a janela e escancarou as venezianas. Talvez as duas providências já bastassem. Tornou a aproximar-se da cama e sentou-se na beirada do colchão. Beliscou o lábio inferior e concentrou-se nos gemidos inconscientes que ele produzia enquanto o corpo lutava contra o calor. Parecia evidente que a febre estava relutante em ceder.

Por que Shivani estava demorando tanto?, Any se perguntava em agonia.

Joshua se mexeu na cama, e Any reparou que ele se movimentava com dificuldade,
por conta da calça úmida e desconfortável que vestia.

Afinal, qual era o problema com ela? Bastava despir-lhe a calça suada para
proporcionar-lhe alívio. Ela estava agindo de maneira ridícula e infantil. E não seria a
primeira vez em que estaria vendo um homem nu. Perdera a virgindade aos 19 anos com Michael Fitered. E, depois dele, houve alguns outros, embora ela não fosse do tipo promíscuo; porém, nenhum de seus relacionamentos amorosos teria sido tão desastroso a
ponto de lhe provocar alguma espécie de aversão à nudez masculina.

E verdade que Beauchamp era um completo estranho, mas isso não deveria ser motivo para que Any se
recusasse a ajudá-lo por conta de um ataque de pudor. Além disso, não havia nenhuma luxúria envolvida e provavelmente ele deveria estar usando uma peça íntima por baixo da
calça.

Contudo, a esperança se desvaneceu quando ela afastou com um dedo o elástico da
cintura da calça e, com uma rápida espiada, só avistou os pelos escuros da pélvis masculina. Ela soltou o tecido tão rápido que o elástico do cós da calça atingiu a pele dele como se fosse um estilingue.

Joshua gemeu e tornou a se revirar na cama.

Calma, Any... Pare de agir como criança.

Você consegue fazer isso.

Uma voz interior a avisava, enquanto ela tentava acalmar as batidas aceleradas do
coração.

— Está bem! — ela exclamou para si mesma e procurou por um lençol. Iria precisar dele para cobrir o corpo de Joshua, assim que ela tirasse a calça.

Não levou mais do que
dois segundos para encontrar um lençol de linho numa das gavetas da penteadeira e o estender num lado da cama.

Naquele instante, Joshua deu um gemido abafado e se esparramou sobre o colchão.

Tudo bem. Ela não iria esperar pela permissão dele. A posição em que ele se
encontrava era a ideal. Só esperava que Joshua não a processasse quando acordasse e descobrisse que ela o deixara nu.

Any inclinou o corpo e fincou um joelho entre as pernas musculosas para se
ancorar. A seguir, introduziu os polegares no cós da calça e começou a puxar o tecido com
cuidado para que deslizasse sem se rasgar. A tarefa era difícil e demorada por causa da umidade que se agregava à pele suada. E o maior desafio seria ultrapassar os quadris e o
volume da virilidade parcialmente ereta.

Quando, finalmente, o tecido começou a deslizar e descobrir-lhe a intimidade, Any
pensou em desviar o olhar; porém, o trabalho ficaria ainda mais difícil.

Respirou fundo e tentou se concentrar na ideia de que não se tratava de uma situação erótica. Bastaria fingir
que estava despindo uma criança doente.

Porém, por mais que tentasse, não conseguia ver outra coisa senão o magnífico atributo de um homem extremamente sexy. E, apesar da
exaustão ocasionada pela febre, a ereção parcial despontava exuberante e vigorosa.