1- quando você conhece alguém

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Jeju, Korea.
( 05.02.2009 )

Park Jimin

Até os meus dez anos de idade, morei em uma cidade chamada Jeju, onde todas as pessoas que eu conhecia eram apressadas e sem tempo algum para viver. Digo isso porque os meus pais eram desse tipo, ocupados. Ocupados a ponto de levar trabalho para casa, virar a madrugada trabalhando só para no outro dia trabalhar ainda mais.

Era como um ciclo vicioso.

Não que eu pudesse reclamar de algo, afinal, ainda era muito novo, e também não me faltava nada, então, era como se o esforço deles de alguma forma fosse para pagar com dinheiro a falta que eles me faziam. Não que eu quisesse alguma coisa daquilo, eu só queria mesmo era passar um tempo com eles. E só quem parecia notar isso era a minha avó, Park Jihye, ela nunca me deixava sozinho.

Sempre saia de Seoul e ia até a minha casa em um dos bairros nobres onde nós morávamos. E apesar de amar a presença dela, e adorar ela em nossa casa — principalmente por eu me sentir muito sozinho, — eu também sentia pena por uma senhora sair de sua cidade sozinha e ir até outra tendo poucas condições financeiras, já que a minha mãe parecia não ligar para os problemas da vovó. Com apenas dez anos eu notava isso, e parecia muito triste aos meus olhos.

Era triste não amar uma mãe que fazia tudo por você.

Então, sempre que eu a encontrava, tentava demonstrar todo o meu amor fazendo desenhos, pintando, escrevendo cartas, coisas de criança. Presenteava ela com pulseiras que eu mesmo fazia, brincava de carrinho e bonecos com ela, e sempre deixava ela ganhar quando jogávamos xadrez.

Passávamos o dia inteiro juntos e acabou que em um desses nossos encontros, recebemos a pior notícia de nossas vidas, fazendo tudo mudar de uma só vez como um vendaval que chega sem ao menos dar um sinal.

Meus pais sofreram um acidente grave.

Inicialmente vimos a notícia na tv, e só depois foi que recebemos a ligação da polícia e do hospital pedindo para que fossemos até lá. Lembro como se fosse hoje.

A tv mostrava um carro colidindo com uma carreta enorme, que acabou capotando e empurrando o carro para fora da ponte onde estavam.

O carro caiu dentro do rio.

Quando vi o noticiário, conheci imediatamente o veículo que eu próprio ajudei a escolher. Papai havia feito questão de me perguntar o que eu achava naquela época, e claro que como criança amante de desenhos animados e apaixonado por super heróis, escolhi um de cor vermelha, que me lembrava constantemente do homem aranha e fiquei bastante feliz pela escolha.

Mas eu não disse nada.

Sufoquei a dor e a agonia que senti porque tinha medo de dizer a vovó e ela passar mal. E se ela passasse mal, o que eu faria? Era pequeno demais, com medo demais, e eu só pedia aos céus em meus pensamentos que se fosse realmente eles, que se fosse realmente verdade, eles estivessem vivos.

Basquete • JK + JM ( LIVRO I )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora