29° capítulo

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PULSE  

— O que aconteceu?! O que é todo esse sangue ai?! — Sana perguntava enquanto olhava os hematomas pelo seu rosto.

— Isso não é meu, não se preocupe. Eu estou bem, só estou te preocupando ainda mais. Desculpe deixar você sozinha por tanto tempo. 

— O que você quer dizer com bem? Há um enorme corte em seu rosto! Você está machucada em outro lugar? — Queria negar os machucados feitos em sua barriga, mas antes que pudesse dizer algo sua visão embaçou.

[...]

— Deixe-me cuidar dos seus ferimentos dessa vez. — Sana com cuidado botou um band-aid na bochecha de Tzuyu, onde havia um corte. — Ainda bem que é só um corte superficial. 

— Sana… — Segurou a mão da mais baixa enquanto a mesma olhava com preocupação para a doutora. — Eu… Eu não acho que mereço ser chamada de doutora depois de tudo. Eu fiz algo terrível, imperdoável. Tudo aconteceu por que eu- … Isto é tudo culpa minha. Eu me odeio, eu me odeio muito — abaixou sua cabeça e apertou um pouco a mão da garota para tentar conter suas lágrimas. — Você me odiaria também, se soubesse. 

— Não sei pelo o que você acabou de passar. Mas eu… Acredito que você teve suas razões para fazer o que fez. Por favor acredite em mim quando eu digo que você não está sozinha, aconteça o que acontecer eu não vou sair do seu lado, eu prometo. — segurou a ponta do queixo de Tzuyu e levantou a cabeça dela com cuidado a fitando nos olhos. — Eu sei que… Você é uma pessoa forte, mas você não tem que ser forte o tempo todo, você não tem que aguentar tudo sozinha. Deixa sair… Você pode compartilhar a sua dor comigo, deixe-me tirar pelo menos um pouco desse peso nos seus ombros…  — Tzuyu abraçou a garota a sua frente o mais forte que pode, já não controlava suas lágrimas, e Sana também não. 

[...] 

Depois do dia extremamente estressante, Tzuyu permitiu-se relaxar apenas por um momento enquanto tomava o seu banho. Os roxos em sua barriga estavam bem visíveis. Sana bateu na porta do banheiro e Tzuyu a deixou entrar. Devido ao vapor da água o vidro do box estava um tanto que embaçado, dando uma pequena visão da silhueta de Tzuyu. 

— Eu comprei seu roupão. Vou deixá-lo em cima da cômoda para você usar. 

— Obrigada. 

Depois de um tempo, Tzuyu saiu do seu banho e vestiu o roupão deixado por Sana. Se sentou na cama e começou a secar o cabelo. Sana se aproximou dela e tomou a toalha de suas mãos.

— Deveria ter me contado sobre seus machucados na barriga. 

— Por que eu deveria? Não está doendo, já disse para não se preocupar. — Tentou pegar a toalha de Sana mas ela não deixou, a mesma que se aproximou da doutora e começou a passar a toalha em seus fios molhados. 

— Você gosta de Nescau ou Toddy? Acho que leite quente lhe ajudaria a dormir melhor, eu posso ir preparar pra você. — disse com um sorriso fofo nos lábios. Tzuyu rapidamente segurou a mão de Sana e a olhou nos olhos. 

— Não. Eu não quero isso, eu não quero nada… — Tzuyu foi puxando a mais baixa para se sentar em seu colo, Sana estava com o rosto levemente ruborizado. — Eu quero você. Fique aqui comigo Sana, não vá embora, por favor… não me deixe sozinha. 

Sana levou suas mãos até o rosto de Tzuyu e beijou a ponta de seu nariz. 

— Eu não vou, não vou te deixar. Sabe por que? 

— Porque? 

— Por que meu coração pertence a você agora, e quero que se lembre disso. Você é a única que quero passar o tempo que me resta. 

Finalmente juntos, os lábios macios se movendo em uma sincronia perfeita, assim como seus corações. 

Suas mentes estavam completamentes vazias, leves e sem preocupações. Queriam poder sentir isso mais vezes. Uma pertencia a outra, por mais que uma delas ainda não aceitasse isso direto. 

Totalmente entregues, por que não marcar esse momento? 

— Sana, eu preciso de você...


PULSE  || satzu || Where stories live. Discover now