12. Quando a música queima como a chama de um vermelho ardente.

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Capítulo com suspense e possíveis sustos, não há terror, não há morte. Só há ela decidida a ir atrás de você. :).

Bons pesadelos, Rockers.

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Como pode o diabo estar te empurrando em direção a alguém que se parece tanto com um anjo quando sorri para você?

#MorceguinhoCerejinha

É manhã. Está chovendo.

Os corredores do colégio parecem pintar um cenário fantasmagórico digno de um clássico de terror. Não é a toa que meus olhos correm pelo ambiente em busca de, pelo menos, uma alma viva.

Dizem que quando ocorre uma morte, as coisas tendem a ficar tenebrosas no mundo dos mortos. Bem, não tanto, há boatos de que fazem festa, celebram a chegada de mais uma alma. No entanto, isso somente acontece quando um julgamento ocorre, nele é decidido para qual lugar cada alma vai.

Ah, isso me parece meio chatinho. Nem morto eu terei liberdade?

De qualquer maneira, não faz parte de meu estilo crer em histórias contadas para bois dormirem. Mesmo que esta fosse contada por meu pai, ele sempre tinha algo em mente.

Doido. Deve ser de família.

Meus passos são dados pelo colégio adentro, ignoro cartazes sobre as inscrições para os clubes, principalmente quando passo por um que Jisoo havia colado na parede. Eu me lembro disso como se fosse dias atrás, porque de alguma maneira, foi. Tinha trombado com ela e Jen, ambas animadas com os testes das líderes de torcida. Elas espalharam cartazes pelo colégio inteiro. Agora eu ignoro todos eles.

Por poucos segundos eu paro de andar e me escoro em frente ao meu armário – embora só tenha me dado conta de que era ele quando chequei o horário em meu relógio de pulso e avistei por curtas sombras no corredor alguém se aproximar.

— Ei. — É Taehyung. Não preciso de nada além de uma simples palavra para saber que ele estava péssimo, afinal, eu também estou. Partilhamos da mesma dor.

Ergo meus olhos para o garoto de cabelos azul, me desfaço da mochila em meus ombros e giro em direção ao armário, abrindo a porta dele. Em seguida, abro a mochila e tiro de lá alguns livros desnecessários.

Voltar às aulas é tudo o que eu menos queria nesse momento.

— Bom dia, Tae. — Sorrio simplista. Observo o desespero dele em devorar um Fini, no entanto, de pedacinho por pedacinho, como se fosse um exercício de controle. — Como você está?

— Ansioso. — Ele não desvia o olhar do corredor principal. — Minha ansiedade está atacada, isso é uma merda.

Fecho o armário com força. Reprimo uma careta. Merda de porta sem controle.

— É por isso que está dessa maneira? Mordendo pedaços tão pequenos de Fini?

Guardo dentro de minha mochila dois livros que peguei, fecho-a e jogo sobre meus ombros.

— Isso ou cigarros. Não posso fumar aqui, então... Topo qualquer parada.

O observo engolir parte da balinha, estende a mão ao que me oferece, nego de prontidão assim que me afasto de meu armário e começo a caminhar pelo corredor. Taehyung me segue.

— Os beijos de Rosé estão aí para isso, cara. — Comento. Gasto alguns segundos pensando se deveria me enfiar na sala ou procurar pelo banco mais próximo e tentar me animar um pouco. — Ela é o seu ponto de paz.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora