Capítulo 23

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>> Helena

Amei reencontrar meus tios e meu primo, acho que vi eles uma ou duas vezes, mas mantemos o contato, eles não tinham ido ao morro por motivo que não lembro quais, por isso ninguém conhecia eles além de mim, meu pai e tia Becca. E tava tudo tão bom, a conversa, compartilhando lembranças, da gente e da.. da minha mãe. O que me fez lembrar do meu compromisso e então chamei eles. 16:00, já passou da hora de eu entrar naquele galpão. É um galpão que estava vazio até agora, mas não é escondido. Passa muita gente aqui por perto na verdade, os mesmos que estão nos olhando.

Desde a invasão eu não falei com ele, não vi ele, não tive nenhum tipo de contato com ele. Ainda decidia que era melhor esperar, mas ver que o Gab ainda não dorme por causa disso, me deixa com tanta raiva.. eu ia, ia esperar mais uma semana e percebendo que nem eu mesmo tenho paz, me transformo em um diabo querendo que ele suma de nossas vidas de vez.

Eu- vai querer ir?

Gab- eu tenho que ir.

Eu- sabe que não precisa né? acima de tudo ele é te..

Gab- não vem com essa, sério, eu vou - assinto e entramos eu, Gab, Carioca, JP e meu pai dentro do galpão, dando de cara com ele amarrado em uma cadeira. Alex e Allan foram pegar meus brinquedinhos e depois vão ficar na rua, garantindo que ninguém entre, como pegamos um galpão abandonado, já vi crianças virem pra cá e ao decorrer da semana elas esqueceram e viram pra cá, sorte que mandaram vapores pra ficar aqui na frente.

Mason- tava com saudade já - sorri pervertido pra mim - nessa semana que eu passei aqui, estava me lembrando de quando eu lhe arrastava escada a baixo, minhas mãos passando por seu corpo, tão gostos.. - mal termina e o Carioca da um soco na cara dele.

Eu- Carioca não - aviso calmamente.

Carioca- olha a merda que ele tá falando, tu não devia ter que escutar isso de novo! - fala se explicando, furioso.

Eu- não é assim que quero - olho pro Mason sorrindo de canto - quero fazer do meu jeito e só eu ou o Gab podemos encostar nele. A não ser que eu pessa. - pego uma cadeira e coloco ao contrário sentando na mesma de frente para o Mason - tu não fez as coisas do teu jeito durante 12 anos? então agora vai ser do meu jeito - ele ri me encarando.

Mason- e você vai fazer o que? A única tortura que seria capaz de fazer, é me deixar de mãos atadas enquanto tira a roupa na minha frente me fazendo ficar excitado só de... - me olha de cima a baixo, um sorriso sacana e nojento - mas enfim, fiquei curioso, porque dei 3 tiro no meu filho que diz ser teu irmão e mesmo assim eu ainda estou aqui.

Eu- e agora eu vou poder ver cada grito, cada berro, cada lágrima. Cada urrada de dor que ira soltar. Tudo que um dia tu fez eu e meu irmão passar. Ele pode ter o mesmo sangue que o teu, mas o meu pai já conseguiu fazer mais por ele do que tu fez em 14 anos.

Gab- ele sim eu posso chamar de pai.

Mason- não se engane assim meu filho. Meu sangue corre por suas veias, o meu DNA, tu é igual a mim.

Gab- acho que não, pra isso deve precisar da convivência - fez uma pausa. Seu olhar estava frio, mas claramente afetado pelas lembranças - considerando que a pessoa que me criou foi a Helena, posso ter a certeza de que não preciso me preocupar em herdar teus genes, de me tornar um homem que desprezo.

Ao terminar de falar, vejo o Allan e o Alex chegarem com as coisas. Meu olhar que estava passivo, apático, fervilhando de ódio rancor, junto ao sangue que percorria minhas veias, se tornou alegre e concerteza pareceu brilhar a luz fraca daquele galpão.

Eu- tenho dois amiguinhos para te apresentar, Mason - fiz um movimento com a mão, chamando eles que deixaram duas caixas pretas ao meu lado - Alex e Allan, eles acabaram de trazer meus brinquedos - sorri coringa - seja educado e cumprimente eles, Mason.

Morro Do AlemãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora