Capítulo 26

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>> Gabriel

Acordo com a porra do barulho do despertador. Finalmente consigo dormir em paz, não que eu não goste de dormir com a Helena, porque na verdade é sempre bom ter ela por perto, mas mesmo com ela eu sempre dormia apreensivo, agora pela primeira vez desde que vim pra cá, dormi no meu quarto e não acordei com medo no meio da noite.

Levanto da cama indo pro banheiro fazer minhas H.M, tomo banho e mesmo estando quente coloco calça moletom preta, blusa preta e um tênis branco.

Pego minha mochila que já tinha organizado ontem antes de dormir e bato na porta da Giulia para ver se ela acordou, como não responde vou abrindo devagar e vejo ela com muitos livros na cama já estudando.

Eu- acordada a quanto tempo? - ela tem um susto e parece pensar no que dizer.

Giulia- é... não muito - olha pra janela encarando a claridade e se levanta arrumando as coisas.

Eu- tu não começou com aquilo de parar de comer e dormir né?

Giulia- o que? claro que não.

Eu- então tá, quero ver tu comer alguma coisa agora.

Giulia- não como nada antes de ir pra escola e tu sabe que não adianta insistir - reviro o olhos e saio. Ela não parecia muito bem, espero que ela esteja falando a verdade. Desço as escadas, largo a mochila no sofá e vou para cozinha comer o meu cereal, que por sinal, eu e a Helena estamos viciados nisso. Chego na cozinha e a Helena está fazendo o que? comendo cereal.

Eu- bom dia mana - dou um beijo no topo de sua cabeça e vou pegar a tigela, coloco o cereal com um pouco de leite e começo a comer.

Helena- sabe que podia ficar mais dois meses em casa né?

Eu- sim, mas não gosto de faltar e tu sabe que gosto da aula em si - ela revira os olhos.

Helena- sabem que tu já saiu do hospital?

Eu- nem falo com as pessoas de lá.

Helena- fala com a Isa.

Eu- pouco. Quando eu ainda tava no hospital falei que logo voltava pra escola, depois não falei mais nada - conversamos mais um pouco até eu terminar de comer largando a tigela na pia.

A Giulia foi na cozinha só para falar com a Helena e já saímos, descemos o morro e ficamos na parada esperando o ônibus. Quando chegamos no banco percebi a Giulia um pouco pálida.

Eu- tá pálida ou é impressão minha?

Giulia- impressão sua, só cansei descendo o morro, preciso me sentar - diz já se sentando e colocando os pés pra cima também. Sua cor começa a voltar e o ônibus chega, hoje está bem cheio, então fico de pé ao lado do banco da Giulia, que saiu pedindo lugar até um ceder.

Vejo a Briana, já não é mais como antes, que sentia aquela atração por ela. Nem por ela e nem por ninguém mais nesses últimos dias. E o pouco que eu sentia pela Briana nunca se tornou tão insignificante, olhando de agora parece que era tão pouco, ela tá conversando com um outro guri, estranho, não parece ser só um simples amigo dela.

Paro de prestar atenção nela colocando meus fones. Eu escutando a música é eu dando tchau pro mundo.

Percebo que cheguei com todo mundo saindo do ônibus. Desço ao lado da Giulia, logo entrando pelo portão no colégio. Além dos que vem no ônibus não tem ninguém já que o sinal bateu a cinco minutos.

Eu- tá bem mesmo? - Ela assente - tá, não acreditei. Se precisar pede pra me chamar na sala beleza?

Giulia- tá bom Gabriel, tchau.

Morro Do AlemãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora