Capítulo 24

811 42 4
                                    

>> Gabriel

Depois de terminar meu banho desci pra comer alguma coisa, fiz torrada e peguei um suco de manga e subi pra comer no quarto, parando na frente da minha porta que é na frente do da Helena ouço um gemido abafado e sorrio com isso, certeza que é com o Carioca. Entro no meu quarto bem desatento pensando.. sabia que os dois iam ficar juntos, ainda bem que é ele na moral. Eu andando mais pelo morro vejo tanto homem idiota, tudo bem que ele era assim no inicio mas eu vi como ele tá mudando e até o jeito que ele olha pra Helena agora.

Me deito na cama e começo a comer. Eu tô meio mal, no banheiro eu chorei pra caralho, era meu pai poxa e eu realmente queria ele morto e é como um alívio não viver mais com ele aqui, mas eu não queria sentir isso por ele, me faz sentir uma baita dor no peito como se fosse algo que eu não devesse ter feito por ser do mesmo sangue que o meu. Mas enquanto eu tava lá, socando seu rosto, vendo a Helena o torturar e o matando.. me subiu uma certa adrenalina, é bom torturar e matar quem estamos odiando no momento, até porque nunca faria isso em vão. Hoje me fez querer mais ainda entrar nessa vida, aprender como tudo funciona e participar das invasões, proteger o morro onde agora eu vivo, onde pessoas muito importantes pra mim vivem, mas a Helena falando que eu ia poder viver minha vida fora desse meio todo me faz lembrar que ela queria que cursasse algo. Algo considerado digno e que eu não corra mais perigo do que a vida já fornece por si própria. Começo a chorar só de pensar que posso decepcionar minha irmã que tanto me protegeu todos esses anos. Deixo a comida e o suco de lado e me deito, logo adormecendo em meio a pensamentos e lágrimas.

[...] 19:20

Acordo desnorteado e com muita dor de cabeça, batidas fortes e constantes na minha porta encistem em aumentar, quando escuto Helena gritar meu nome, saio da cama em um pulo e vou abrir a porta, quando eu tranquei? destranco ela e vejo a Helena suspirar de alivio e seus olhos marejados.

Eu- tá chorando?

Helena- quase, porque trancou a porta e demorou pra abrir? pensei que ia fazer merda, seila - vai em direção a minha cama e se deita.

Eu- nem percebi que tranquei, desculpa- fecho a porta e me deito do lado de Helena - tomou dois banho né? - falo lembrando..

Helena- por que tá perguntando isso?

Eu- porque sei que tu transou com o Carioca e quero saber se não tem restos de porra - falo óbvio e rindo.

Helena- eu tô limpinha tá bom? como tu sabe?

Eu- quando eu tava passando escutei.

Helena- espero que mais ninguém tenha escutado.

Eu- foi baixo, fica tranquila - ela assente - eae? - sorrio largo - foi bom?

Helena- pensei que tu escutando já saberia né.

Eu- então foi ótimo - rimos - vão assumir quando?

Helena- eu seila, nem sei o que somos.

Eu- só enrola.

Helena- olha quem fala tá afim da Isa mas não fala isso nem pra ti - a real é que eu acho muito estranho eu considerar a possibilidade de gostar dela sendo que nem conversei direito - eu tô certa não tô? - sorri.

Eu- talvez? seila, não é possível sabe? não pode ser. Eu vi ela só uma vez, nem converso com ela já que sempre me fala que tá ocupada com alguma coisa que nem me fala o que é. Seria impossível eu tá afim dela assim.

Helena- ela trabalha, por isso não deve conseguir falar muito contigo e pode ter sido pouco tempo, mas talvez o jeito dela ser, de ela falar contigo e ter sido diferente de todos que te julgaram no colégio tenha mexido contigo mano.

Morro Do AlemãoWhere stories live. Discover now