Epílogo

146 10 2
                                    

𝙲𝚎𝚖 𝚊𝚗𝚘𝚜 𝚍𝚎𝚙𝚘𝚒𝚜

𝑯𝒆𝒊𝒌𝒆 𝑵𝒂𝒓𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐

Corríamos feito loucas pelos campos floridos bem ao sul de Açarak, onde, segundo minha mãe, ficava a fronteira de Sargenis e a antiga Floresta Carmedash.

Minha mãe, a Rainha Victória, assumiu o reino há exatos cem anos, logo após de ser coroada pela Lua em sua forma humana.

Houveram dois conflitos desde então, os feiticeiros devotos à Thails decidiram que vingariam seu rei a todo custo, assim ficando contra o governo de minha mãe. Os dois anos de incêndios e mortes desnecessárias foram muito bem vingados pela espada da rainha que cortou a cabeça de cada um dos rebeldes.

O outro conflito se dera por famílias insatisfeitas com as equipes de buscas. Há quase sessenta anos que diversos Carmedashes desaparecem do continente sem explicações, sempre em torno de 20 a cada dois anos. Minha mãe e meu padrinho/padrasto formaram diversas equipes de busca, mas não existem sinais de que foram levadas à força, e nem de para onde possam ter ido.

Hoje, minha mãe e eu tiramos o dia para comemorarmos o aniversário de Açarak junto ao povo.

Cavalgávamos juntas até o centro de Loxigan para nos reunirmos às festividades com meus tios e padrinhos.

Logo conseguíamos ver as luzes coloridas e a música alta e animada.

Meu pai e Ethan já estavam nos esperando na entrada do castelo.

-Minhas duas meninas lindas chegaram - Ethan diz e recebe um empurrãozinho de meu pai.

-Nossas - ele corrige e eu e minha mãe rimos ao revirar os olhos juntas.

Desço do cavalo, nomeado Heros por mim ao descobrir que os pais de minha mãe davam nomes aos cavalos baseado na primeira letra do nome do dono.

-Estão todos aí? - minha mãe pergunta após entregar as rédeas de Ninja para um dos guardas.

Ninja foi o nome que Zakkáy dera para a égua de minha mãe por ela ter uma faixa preta na linha dos olhos, o nome pegou e minha mãe decidiu não trocar.

-Todos e mais um pouco - Ethan diz a abraçando. - Faz cem anos que você governa eles, não há motivos para ficar nervosa, fez mais por eles do que qualquer outro poderia fazer.

-Não estou nervosa, Ethan - ela o repreende e ele ri se afastando.

Eles entram de braços dados à frente de mim e meu pai. Desvio do enorme tapete preto que esperava para ser pisado pela Rainha para me juntar a Elon e Jaque.

-Oi, meu amor - digo pegando Jaque.

Eu aderi a imortalidade após fazer trinta anos, o que faz com que eu pareça mais velha que a minha própria mãe, mas isso é um tipo de piada para nós.

Elon e eu nos casamos dois meses após meu aniversário de vinte e três e passamos quase setenta anos viajando por Leghonar e conhecendo novas culturas até retornar para Makai e termos Jaque, nossa filha de dois anos e meio.

A maior surpresa ao chegar em Makai após setenta anos? Foi descobrir que minha mãe e Ethan tiveram um filho. No começo eu me senti culpada por não participar da gravidez e dos primeiros cinco anos da vida do meu irmão, mas Zakkáy não se importa muito já que tem muitos primos de sua idade com quem brincar.

-Hoje, povo de Loxigan, comemoramos cem anos de Açarak, cem anos da nossa escolhida assumir seu trono por direito e trazer-nos apenas alegria - meu tio Benji fala e o povo vibra.

Escolhida para lutarWhere stories live. Discover now