Capítulo 7 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒕𝒓𝒆𝒔

220 27 67
                                    

𝔔𝔲𝔞𝔱𝔯𝔬 𝔞𝔫𝔬𝔰 𝔡𝔢𝔭𝔬𝔦𝔰

Odiava quando Malvon fazia aquilo. Quando saía sem deixar avisos e não voltava no mesmo dia. Em quatro anos fomos atacados sete vezes pela guarda de Thails. Não consigo nem dizer quantos riscos Malvon corre ao fazer esse tipo de coisa.

Mando outra mensagem por meio do ar e ainda sim, nada. 

Quando me dou por vencida desisto de esperar e coloco minha capa saindo da nossa nova cabana. Desde o dia que Malvon me encontrou ele deixou claro que a cada sequer ameaça do rei de Thails precisaríamos nos mudar para um lugar mais longe, menos conhecido.

Eu não sei exatamente qual é nossa localização atual, mas conheço o terreno, Malvon diz que minha mente por mais segura que seja, podem conseguir passar pelas minhas barreiras.

Nossas cabanas sempre consistiam em casas em árvores, Malvon dizia que gostava de se sentir como se estivesse no topo do mundo, mas dessa vez eu o convenci a fazer uma cabana pequena e bem simples, no chão dessa vez, para não chamar atenção.

Caminho com dificuldade na neve, meus tão amados coturnos mantinham meus pés aquecidos e minhas roupas hoje eram uma calça de couro quente e um suéter grosso, e claro, minha capa verde. 

O vento frio fazia meus lábios ficarem ressecados, minha pele gelada e minhas bochechas levemente enrubescidas. Quando chego no cofre vejo a porta arrombada.

Malvon disse uma vez que ter um cofre imune à magia seria muito útil, ele dizia para usá-lo quando não tiver mais opção de luta. Ele também me ensinou como ver o que aconteceu só de tocar no lugar.

Assim que o faço vejo a cena se repetir na minha frente. 

 Malvon lutava do lado de fora contra cinco homens uniformizados da guarda de Thails, eu devia estar na floresta pois ainda era dia. Malvon era acertado diversas vezes mas lutava muito bem, no entanto não estava em sua melhor forma e isso o fazia revelar seus próximos movimentos, ele não tinha nenhum elemento surpresa e já estava lento demais para lutar.

Então ele abre o cofre e o fecha, os homens se revezavam para se jogar contra a porta para tentar abrir. Eles sabiam que magia não ia funcionar naquilo então faziam na força bruta. 

Eles pegam um tronco e começam a bater na porta que já começava a ceder. Mais algumas batidas e a porta se abriu revelando Malvon armado com duas espadas. 

Os homens avançam devagar, e aos poucos o cercam. Malvon perde o elemento surpresa novamente atacando um dos homens à sua frente e os outros avançam contra ele com chutes e socos. Logo ele perde a consciência e é carregado até fora do cofre quando eles desaparecem.

Solto o ar pela boca formando uma fumaça momentânea no ar congelante, quando viro para voltar a cabana sinto-me ser observada. Como fui bem treinada para ter o que Malvon nunca demonstrou ter -o elemento surpresa- finjo que não reparei e continuo andando.

Os passos atrás de mim ficam mais altos, eram silenciosos mas não o suficiente. Quando sinto que está perto o bastante me viro segurando o braço esquerdo do meu perseguidor e dando-lhe uma rasteira e segurando o seu braço em suas costas o imobilizando.

-Quem é você? - pergunto baixo suficiente para que só ele ouvisse. 

-Da...guarda de...Thails - ele responde com dificuldade e eu pressiono seu braço deixando minha ameaça no ar: ou ele me diz tudo que sabe ou além de quebrar seu braço eu vou matá-lo.

-Fale - exijo autoritária.

-Eu sou apenas um mensageiro, do rei e do seu amigo - ele diz depois de eu afrouxar a pressão que fazia no seu braço.

Escolhida para lutarWhere stories live. Discover now