Capítulo 31

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Eu nunca estive tão nervosa, nem quando conheci os filhos de Jake, meu pai biológico, ou quando fui nomeada princesa ou até mesmo na minha primeira luta na arena, com oito anos.

Minhas mãos suavam frio e minha garganta estava seca, eu olhava para os dois lados tentando imaginar de qual deles Adam surgiria.

Até que ele aparece, do lado direito, com um sorriso maior que o rosto.

-Bom dia - ele diz quando se aproxima.

-Oi - resmungo com um sorriso fraco.

-Independente do que você fale ou faça, ela já ama você, se espelha em você e pelas Estrelas, quer ser como você - Adam diz ao segurar minha mão.

-Ainda sim...

-Ainda sim nada, o amor dela por você é irredutível, pelas Estrelas pare com essa insegurança em relação à nossa filha! - ele diz, e se não fosse pelo seu sorriso eu poderia achar que ele estava brigando comigo, mas apenas sorri de volta sem mostrar os dentes.

Caminhamos em silêncio, Adam se ofereceu para me falar sobre ela mas eu neguei dizendo que ela mesma poderia me falar.

Paramos em frente à uma casinha modesta cinza com um jardim muito bem cuidado. Parece que algumas coisas nunca mudam...

-Tem alguma coisa extremamente importante que eu deva saber sobre ela? - pergunto, agora demonstrando nervosismo ao morder o lábio inferior.

-O que quer dizer? - ele rebate parando no lugar e me encarando com divertimento nos olhos. - Ela é metade humana - Adam diz e eu encaro ele com os olhos quase arregalados. - E metade feiticeira.

-Pela Lua, isso é incrível - resmungo e ele sorri.

-Ela vai fazer uma coisa com você quando desenvolver confiança, é seguro e lindo, mas pode ser demorado até que ela confie mesmo em você - Adam avisa. - Ela costuma ter dificuldades para confiar, me lembra alguém... - ele ri e eu me permito acompanhá-lo.

-Isso é tudo? - pergunto e Adam assente sorrindo enquanto voltava a andar.

Adam abre a porta e entra, eu o sigo podendo ver o quão pouco a casa dele mudara desde a última vez que eu estive aqui. 

A mãe de Adam, Corthame, estava apoiada com os cotovelos na bancada da cozinha me olhando com um sorriso enorme.

-Minha menina cresceu tanto! - ela caminha até mim e me puxa para um abraço forte que eu retribuo de bom grado.

-Bom vê-la, Cora. Você está muito bem - digo a chamando pelo apelido e lhe oferecendo um sorriso.

-Você se tornou uma mulher linda! Sempre soube que voltaria - ela diz e aperta um pouco mais o abraça antes de se afastar.

-Obrigada - resmungo e Adam sorri para a mãe que pisca algumas vezes até receber a "mensagem mental que eu não recebo porque não tenho um chip para falar no grupo mental de fofoca".

-Heike está no balanço, Calum foi almoçar com alguns amigos hoje e voltará tarde... - ela avisa e corre para a cozinha para mexer em uma panela que fervia alguma coisa que cheirava à ovo, bacon e queijo.

-Sabe onde fica o balanço - Adam afirma e eu o encaro.

-Eu vou sozinha? - pergunto e ele ergue as sobrancelhas com vontade de rir.

-Ela não sabe que você está aqui mas saberá que é você - Adam avisa. - Você consegue! - ele diz rindo e eu assinto e caminho até a porta dos fundos.

Logo pude ver uma menininha sentada no balanço cantando alguma coisa. Ela tinha cabelos longos, até a metade das costas e usava-os em uma trança que era segurada por um laço vermelho. Heike vestia um vestido amarelo rodado com flores pequenas, e sapatilhas vermelhas.

Escolhida para lutarWhere stories live. Discover now