Escolhida para lutar

Capítulo 14

𝔄𝔩𝔤𝔲𝔪𝔞𝔰 𝔥𝔬𝔯𝔞𝔰 𝔡𝔢𝔭𝔬𝔦𝔰

As meninas foram muito cuidadosas com meus machucados depois que o efeito anestésico do feitiço passou. As queimaduras eram muito feias e deixariam marcas assim como os arranhões de Ash, Ametista e Treesa deixaram claro que unhas normais não fariam esse estrago todo, o que significa que Ash deixou as garras lupinas saírem em descontrole. Também disseram que vai cicatrizar logo.

Depois que enfaixaram meu braço, me enfiaram em um vestido básico e confortável, era em um tom rosado e tinha mangas longas, também havia um pequeno lacinho na frente. Me permiti colocar o medalhão dos meus pais biológicos, o que eu não usava fazia muito tempo por medo de perder em Leghonar. 

Treesa me explicou que a floresta Carmedash normalmente é bem fria nos primeiros cinco quilômetros e muitos não sobrevivem até chegar ao meio dela, onde o clima é mais favorável, mas ainda fresquinho de noite. Nem parecia ter passado tanto tempo...

Ametista fez a festa com o meu cabelo, ela disse que o sonho de princesa dela era que o cabelo dela fosse grande como o meu. Depois de ambas discutirem muito sobre o que fariam no meu cabelo, elas o trançaram todo, mas desfizeram a trança depois de descobrirem que eu nunca o uso solto, então chegaram à decisão de apenas prender uma parte dele com um laço vermelho fofo. Coisa que me lembrou a Ash, que sempre usa.

Sorrio ao me ver em seu espelho, o vestido era realmente muito lindo. (Minha versão na mídia, mas imaginem como quiserem.)

-Esse vestido é incrível - digo sentindo o tecido fino e macio.

-Obrigada - Ametista agradece tímida.

-Você que fez? - pergunto me virando para ela deixando que Treesa arrumasse algum amassado que só ela poderia ter visto.

-Sim - ela diz orgulhosa.

-Eu tenho uma amiga que faz vestidos também, vocês serão boas amigas - digo sorrindo.

-Espero que sim - ela diz ainda tímida.

-Vamos jantar meninas? Eu não sei vocês, mas eu estou morrendo de fome e saudade da minha Came - Treesa diz manhosa, e depois ri de si mesma.

-Eu também estou morta de fome - digo e Ametista concorda rindo.  

Saímos da casa e caminhamos até a clareira, que ficava a apenas alguns metros de distância.

Chegamos lá bem na hora. As crianças estavam todas sentadas em volta de uma mesa em um tapetinho no chão comendo alguma coisa. E os adultos estavam tapetes maiores com mesas longas e largas para que coubessem todos. Haviam três lugares vagos, um ao lado de Kai, outro ao lado de Ravi e outro ao lado de Nick. 

As meninas se despediram e se foram até seus parceiros, e eu até Nick. Quando nota que estou no ambiente ele me encara com um sorriso.

-Já está aqui há muito tempo? - pergunto quando chego perto.

-Você fica bonita de rosa - ele suspira com seu sorrisinho atrevido. - E eu cheguei há alguns minutos, senhorita - ele diz e eu reviro os olhos rindo.

Me sento no tapete ao seu lado e encaro toda aquela comida na mesa. 

-Pela Lua, eu estou morrendo de fome - digo e vejo Ravi ficar de pé e Treesa o acompanhar.

-Meus irmãos - ele chama a atenção de todos que se calam, inclusive as crianças. - Hoje foi um belo dia, agora, agradecemos à Lua, nossa mãe, irmã, filha e deusa pela comida, família, casa e por todas as outras coisas que tenhamos. Um minuto para agradecermos - ele diz e Treesa sorri acolhedora.