Capítulo 2: Destino

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Puta merda.

Tirei meu casaco como se tivesse saído de uma hipnose e levantei suas costas para vesti-la. Meu coração batia rápido, finalmente percebendo a gravidade da situação. Chequei seu pulso antes de levanta-la em meu colo, correndo de volta para a caminhonete. Coloquei-a no banco de trás deitada, me sentei novamente atrás do volante seco e dirigi loucamente pela tempestade. Depois de alguns segundos de desespero percebi uma mancha de sangue no meu braço e o terror triplicou imediatamente.

Chequei a garota ruiva com beleza extraordinária, nua e desacordada no meu carro diversas vezes durante o trajeto, respirando como um asmático louco. Meus sentimentos estavam embaralhados. O desespero me consumia e por algum motivo eu estava com tanto medo de algo acontecer com ela que meus olhos se encheram de lágrimas. Ela precisava ficar bem. Precisava.

O que infernos essa menina estava fazendo no meio da rua? Eu quase a matei!

Mordi o lábio ao pensar nessa possibilidade, aterrorizado. Ai meu Deus. Eu estava tão rápido desviando dos carros e pessoas na rua que uma certa hora um carro de polícia começou a me perseguir. Xerife Coulson que me perdoe, mas nada me faria diminuir. Estacionei o carro de qualquer jeito, saltando para fora com a polícia ao meu encalço e peguei a ruiva em meus braços.

- Ela precisa de ajuda! – entrei na emergência vazia, carregando uma garota nua e todos os presentes se contagiaram com meu desespero. Logo um médico carregando uma maca e uma lanterna se aproximou e deitei-a nela.

- O que houve? – ele perguntou, já examinando seu pulso, checou se respirava e depois as pupilas.

- Eu... Achei ela na estrada assim. Ela está com um corte na cabeça. – disse, tapando a boca e observei eles levarem-na. Passei as mãos pelos cabelos, ensopado e em choque vendo-a se afastando mais e mais de mim. Meu Deus.

- Steve? – Coulson parou ao meu lado, me encarando preocupado. – O que foi?

Desabei na cadeira, fazendo-o me seguir.

- Eu achei... uma garota nua no meio da estrada.

- Meu Deus. – ele tirou o bloquinho do bolso. – Ela disse algo?

- Só uma coisa. "Ele está atrás de mim." – meu olhar pesado foi até os de Coulson. Ele sabia bem o que aquilo significava. Suspirei, tapando os olhos com as mãos.

- Quantos anos ela parece ter?

- Uns... 20, não sei. E ela usava... um colar. – franzi as sobrancelhas.

- Que tipo de colar?

- De concha. Mas nunca vi nada igual. – suspirei, impaciente. Olhei ao redor, sentindo-me claustrofóbico.

- Você precisa respirar, Steve, ou vai ter uma crise. – Coulson tocou meu ombro e assenti, iniciando os exercícios de respiração que conhecia de cor. Depois eu estava menos inquieto e surtando menos e consegui me conter. Okay. Não adianta nada ficar ansioso agora. Só te resta esperar.

E foi o que eu fiz. Por uma hora inteira. Assisti TV, fui beber água, caminhei lá fora mas nada tirava aquela dor que meu coração continha de que algo terrível possa ter acontecido com ela. As duas e dez a enfermeira Hope veio até nós.

- Oi, Steve, oi xerife. Tenho boas notícias. Ela está bem, estabilizada, a colocamos no soro e estancamos o ferimento, não precisou de pontos. Não tem sinais de estupro. – suspirei aliviado. – Mas...

- Mas? – perguntei, antes de ouvir um barulho alto no corredor no qual ela foi levada.

- Ahn... Só um segundo. – ela deu meia volta enquanto eu e Coulson nos olhamos, antes de irmos espiar. Outro barulho de coisas se quebrando ecoou e ouvimos um grito de homem. A porta foi aberta e de lá uma bandeja com instrumentos voou para fora.

I Sea You - RomanogersDonde viven las historias. Descúbrelo ahora