Capítulo 8: Afogar

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Esfreguei meus olhos cansados. Eu não tinha conseguido dormir absolutamente nada. Não depois de encontrar o colar em minha mão, não depois de tantas perguntas sem resposta, não depois de ter feito Natasha chorar.

Deus, eu fiz ela chorar.

Eu sou um lixo.

Me levantei do sofá, tentando reagir. Assim que me movi senti a dor da batida e levantei minha camisa. Minha cintura tinha uma grande mancha roxa, que provavelmente doeria por dias. Natasha é absurdamente forte, o que era literalmente bizarro já que ela tinha um metro e meio de altura.

Ontem Natasha não saiu do quarto para absolutamente nada. Nem para comer, nem para ver os programas em espanhol que ela era apaixonada. Eu tentei falar com ela, mas nada. Nenhum barulho.

Mas agora eram quatro da tarde, haviam vinte e quatro horas que ela não dava sinal de vida e eu estava ficando preocupado.

- Natasha. - bati na porta. - Por favor, Natasha. Tem vinte e quatro horas que você não sai. Precisa comer. Por favor, eu vou lá pra fora, sei lá, mas você tem que comer.

Ouvi um murmúrio.

Franzi as sobrancelhas.

- Natasha?

Outro murmúrio.

- Natasha abre a porta. - pedi, agora preocupado. Ouvi o barulho de algo caíndo no chão e então um choro, e na mesma hora minha alma saiu do corpo. - Natasha! Natasha, abre a porta!

Forcei a maçaneta, tremendo.

- Natasha, eu vou entrar!

Não esperei antes de me afastar e meter o pé na porta com toda força. Graças as portas de quarenta anos de idade, o trinco arrebentou e voou longe.

Finalmente entrei no quarto, vendo Natasha caída no chão encolhida.

- Natasha! - gritei, indo até ela e a virei. Perdi o ar, olhando para ela.

Sua pele tinha manchas vermelhas como uma alergia intensa por todo o corpo. Meus olhos correram seu corpo, vendo as formas distorcidas como queimaduras e seus olhos escorrendo lagrimas. Sua boca até sangrava e sua respiração estava difícil, ruidosa e fraca.

- Meu Deus - balbuciei, tomado pelo extremo choque que me atingiu. Eu nunca havia visto nada parecido na vida. - Natasha, o que está acontecendo?!

Ela negou com a cabeça, fechando os olhos cheios de lágrimas. Toquei seu rosto tremendo e ela pegava fogo.

- Você está pelando de febre, Natasha! - resmunguei, tremendo de terror. - Precisamos ir pro hospital.

Fiz menção de levantar mas ela agarrou meu braço.

- Não... Por favor. Hospital não. - ela murmurou, meio aos espasmos de respiração.

Fechei os olhos, o quarto rodava e senti minha barriga revirar com o nervoso. Peguei Natasha no colo e a coloquei na cama, olhando melhor para ela.

Coloquei a cabeça entre as mãos, tentando controlar o desespero, mas Natasha parecia prestes a parar de respirar. E tinha aquelas manchas vermelhas por todo lugar como escamas, nunca havia visto nada igual.

- Droga... - murmurei, pegando o celular e disquei o número de Bucky.

- Alô?

- Bucky, você precisa vir aqui agora!

- Ei, o que houve? - disse meu amigo, alarmado e sacudi a cabeça observando Natasha respirando com dificuldade.

- É a Natasha. Trás seus treco! Vem rápido, por favor!

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