Entrei em casa duas horas e meia depois. A chuva diminuiu e minha praia se encheu de homens da marinha, levaram os pescadores para o hospital e apenas um perdeu a vida. Aparentemente só tinham cinco pescadores no navio, de acordo com seu tamanho, então talvez Natasha tenha tirado todos.
Fiz questão de dizer a todos eles explicações biológicas concretas sobre as correntezas naquela área, como todas convergiam para a praia e provavelmente salvaram a vida deles. Disse até que vi três deles pularem no mar em busca da salvação, e ninguém saberia sobre Natasha.
Fiz um relatório, acertei tudo com os homens e os pedaços do navio já chegavam na costa, começariam a limpar os destroços amanhã. Entrei em casa e encontrei Natasha no sofá, abraçada ao corpo e preocupada.
- Deus, você demorou. - ela murmurou, se levantando. Natasha vestia roupas secas, até seu cabelo já estava secando.
- Eu estava resolvendo as coisas. - respondi.
- Todos eles sobreviveram? - ela quis saber. Eu estava torcendo para ela não perguntar. Por alguns segundos eu não soube o que dizer, e o brilho das lágrimas apareceu em seu rosto.
- Você fez tudo que pôde. - eu disse, mas Natasha fechou os olhos. - Um dos homens não conseguiu.
Natasha uniu as mãos sob a boca e suas sobrancelhas se franziram, seu rosto vermelho. Eu suspirei, olhando para ela com pesar.
- E-Eu podia ter sido mais rápida. O-Ou...
- Natasha, você foi incrível. - eu neguei, segurando suas mãos. - Todos eles teriam morrido se não fosse você! Você os salvou, Nat.
Ela negou, soltando minha mão e se sentou no sofá. Eu queria abraça-la, mas eu ainda estava cheio de água doce da chuva, não queria deixar Natasha pior. Eu também tremia de frio, a noite ainda estava em seu ápice e a chuva mortalmente gelada.
Eu espirrei, usando o braço de proteção e Natasha olhou pra mim, se levantando.
- Você vai ficar doente.
- Eu estou bem... - ela puxou meu pulso, me levando escada a cima. Suspirei, sabendo que não adiantava reclamar. Natasha me empurrou em direção ao banheiro e fechou a porta. Olhei para ela com os olhos meio arregalados e sem saber o que ela ia fazer, mas Natasha foi até a banheira, ligandl a água no meis quente e segurou a barra da minha blusa.
- Natasha.
- Nada disso, você cuidou de mim, e agora vou cuidar de você, Rogers. Você tá tremendo, tem que se esquentar.
Bufei e levantei os braços, deixando Natasha me ajudar. Ela tirou minha blusa enquanto tirei minha calça de moletom. Olhei para Natasha, que me encarava.
Ela não tinha a menor cara de quem ia sair do banheiro.
Limpei a garganta.
Nada.
Fiz um sinalzinho com a cabeça apontando para a porta.
Nada.
- Que foi, tá com dor no pescoço?
Eu fechei os olhos, respirando fundo e contive um sorriso. Okay, ela não vai sair.
Abaixei minha cueca, deixando-a cair no chão. A cabeça de Natasha abaixou como uma alavanca e me senti vermelho dos pés a cabeça. Ela analisou minhas partes íntimas com muito apreço, me fazendo querer morrer e então levantou os olhos confusos para mim.
- Não era o que eu estava esperando.
Não aguentei e deixei minha gargalhada preencher o banheiro.
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I Sea You - Romanogers
RomanceSteve Rogers tem uma profissão muito incomum: ele é o faroleiro de Stone Bay, cidadezinha da Flórida, vizinha do temido Triângulo das Bermudas. Steve desistiu da faculdade há cinco anos atrás, após seu pai desaparecer no mar de forma misteriosa e se...