Capítulo 18 - Drive-in

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Abri os olhos e automaticamente senti uma forte dor de cabeça. Toquei minha testa, era como se eu tivesse batido ela na parede quarenta vezes. O que era bizarro, já que eu não bebi uma gota de álcool ontem.

Senti algo, ou melhor, alguém, se mexer em cima de mim e vi um mar de cabelos ruivos contra mim. Um sorriso cresceu em meus lábios quando lembrei dos muitos acontecimentos de ontem, todas as vezes que joguei Natasha em um abismo e fui buscar.

Deus, eu nunca tinha tido uma noite assim.

Fiquei pensando sobre isso com um sorriso bobo enquanto Natasha dormia em cima de mim, ela tinha adorado essa posição. Seu corpo nu estava contra o meu, sua pele gelada em contraste com meu calor.

Natasha tinha jogado um encanto em mim, e eu nunca seria livre dele novamente.

E então lembrei de Natasha dizendo que iria embora, cada canto da minha alma gelou e acabei me mexendo, acordando o sono leve de Natasha.

  - Ei. - Sorri pra ela, que piscou os olhinhos verdes sonolentos e sorriu também. - Desculpa ter te acordado.

  - Tudo bem. Eu estava muito confortável.

Eu ri pelo nariz, negando e acariciei seu rosto. Seus olhos se abaixaram, e então voltaram aos meus.

  - Steve. Você... Se arrependeu de...?

  - Não - neguei. - Claro que não, meu amor.

Ela assentiu, deitando a cabeça em mim novamente.

  - Quer fazer de novo?

Eu sorri abertamente. Eu estava ferrado.

(...)

- Cento e cinco dólares.

Dei o dinheiro para a moça do caixa, agradeci, peguei as sacolas, e saí do supermercado. Coloquei tudo na carroceria, mas um barulho alto chamou minha atenção.

Vi uma outra caminhonete arrancando pela cidade, eu nunca a tinha visto antes. Ela era velha e soltava fumaça preta, e pelo conteúdo em sua carroceria, eu não estava nada contente.

Dois homens desceram, e de um bar vieram mais três. Eram a maioria velhos, bigodudos com roupas velhas, coletes jeans e bonés. Da traseira tiraram arpões, ganchos, materiais de pesca e armas.

Engoli em seco.

  - Caçadores de sereia.

Olhei para a voz ao meu lado, encontrando o Xerife Coulson com sacolinhas com maçãs.

  - Dá pra acreditar?

  - Isso é Stone Bay. - Resmunguei.

  - Estão me dando trabalho, já tive que apreender armas que não são permitidas nem no estado da Florida, e estamos no sul dos Estados Unidos. Dá pra imaginar o tamanho daquela coisa?

Pensei em Natasha sozinha em casa, e quis sair correndo.

  - Como vai Natasha?

  - Está bem. - Confirmei, querendo encerrar o papo.

  - Steve, nessa altura do campeonato, não sei se alguém virá atrás dela. Mas não vamos desistir, okay?

Assenti.

  - Obrigado, Xerife.

Dirigi como um louco pela estrada, observando o céu se fechando. Mais uma tempestade de verão. Elas estavam frequentes, me fazendo pensar que talvez agora o alerta de tornado que recebemos meses atrás, se concretizasse.

Desci as compras correndo e as larguei na cozinha.

  - Natasha?

Olhei ao redor, era hora das suas novelas mexicanas, mas ela não estava no sofá. Um arrepio atravessou minha espinha e senti uma sensação ruim no estômago.

I Sea You - RomanogersWhere stories live. Discover now