Capítulo 20: Arpão

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Merda!

Meu coração batia forte, eu já estava há duas horas esperando-a voltar nas areias da praia, e ela não aparecia. O vento aumentava a cada segundo, eu estava com a capa de chuva mas ele queria arranca-la de mim vorazmente.

Eu estava ensopado e coberto de areia, enquanto o vento agredia minha pele. O furacão se formava no topo da minha cabeça, mas eu não iria embora, não sem Natasha.

Ou iríamos os dois, ou não iria nenhum de nós.

Eu esperei, esperei, até que vi Natasha cambaleando e cair na areia meio as ondas.

  - Natasha! - Gritei, correndo até ela e vi sangue. Eu parei, sentindo um frio no estômago seguido pelo medo, pavor, e então vi um objeto grande, e de metal atravessado na perna de Natasha.

Um arpão.

  - Oh, meu Deus - balbuciei, me jogando contra Natasha e ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas. - Natasha, meu Deus!

  - Barco - ela chorou, de olhos fechados enquanto o mar nos encnontrava. O arpão tinha uns trinta centímetros, e sua perna sangrava muito, deixando um rastro pela areia que era levado pelas ondas. - Surgiram do nada...

  - Porra - murmurei, aterrorizado, e peguei Natasha no colo. Ela gritou de dor, agarrada a mim e em um minuto estávamos lá em cima, eu coloquei Natasha ofegante no sofá.

Eu estava coberto de sangue, minha sala estava coberta de sangue, eu estava prestes a morrer de desespero quando me forcei a agir.

  - Sal - Natasha resmungou. - Sal.

Entendi prontamente o que ela disse, corri até a cozinha, agarrei o pano de prato e o pote de sal. De volta a sala, eu amarrei sua perna com força, e novamente ela berrou de dor, pálida como papel, estava perdendo muito sangue.

Agarrei uma blusa minha no chão e a ajudei a vestir.

  - Natasha, temos que ir a um hospital.

  - Não!

  - Natasha, você vai morrer se não tirarem essa merda de você! - Agora quem chorou foi eu. Senti as lágrimas vindo com o terror, e enquanto isso o mundo caía lá fora. - Eu não posso perder você. Você me perguntou o que era o amor...

Engoli em seco.

  - Pra mim, o amor é você, Natasha. Eu te amo.

Natasha me olhou indecifrávelmente, meio chocada talvez pelo que eu disse, talvez pela falta de sangue.

Ouvi um barulho lá fora, e então vi um farol.

  - Mas o que...

  - Não me deixa - Natasha pediu, segurando minha mão e eu segurei seu rosto.

  - Não vou a lugar nenhum, Nat, eu prometo. - Sussurrei, beijando-a rapidamente e fui até a porta.

  - STEVE!

  - Bucky?

Vi meu melhor amigo fechar a porta do carro e correr.

  - ENTRA NESSA PORRA DESSE CARRO AGORA!

  - Bucky! - Eu gritei, puxando-o. - É a Natasha!

  - Rogers, porra, entra no... carro...

Bucky olhou para Natasha no sofá, e me largou

  - Puta merda. Isso é um arpão?!

  - Bucky! Claro que é um arpão! - gritei.

  - Coloca ela no carro agora. - Bucky disse, e neguei.

I Sea You - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora