Capítulo 25

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    Cresseida estava sentada em uma cadeira perto de uma janela admirando os jardins do lado de fora, Kesllon não havia retornado para o quarto na noite passada , ela havia dormido sozinha na imensa cama . Certamente o rei estava verificando o quanto seu poder havia aumentado, agora que ele possuía uma fração do poder da pequena fallon, poder esse que eles achavam que havia tirado tudo dela . Eles pensavam que agora ela era uma criatura fraca, sem nenhum pingo de magia correndo por suas veias, mas ela havia arrancado das mãos daquele veneno uma semente de seu poder, havia roubado algo de si mesma.

   Seus olhos percorriam os arbustos floridos, a grande fonte , os bancos de mármore, o céu azul e o sol , queimando ardente  do lado de fora  . Ela sentia falta dos raios de sol beijando sua pele, sentia falta do vento em seus cabelos e sentia mais falta ainda dos momentos que compartilhava com sua família, fossem ele bons ou ruins .

  Ela estava revivendo em sua mente momentos alegres e cheios de risadas de quando visitaram Annahywa em busca do Coração de Cyrius,- o que havia se mostrado uma tremenda perda de tempo, visto que a única  coisa que encontraram foi uma caixa vazia - quando Kesllon entrou no quarto. Ele vestia uma camisa de manga longa branca, calças pretas justas e botas de cano alto , seus cabelos curtos estavam penteados para trás e seus olhos laranjas queimava como uma grande fogueira.

– Vejo que você  já está acordada querida – cumprimentou Kesllon com um sorriso .

  Cresseida o fuzilou com o olhar, como fizera tantas vezes antes e dessa vez se deu o trabalho de responder .

– Como chegou a essa brilhante conclusão?  - indagou Cresseida com escárnio. – Espero que não tenha gastado muito de seu cérebro.

Kesllon não respondeu, apenas a olhou de cima abaixo  com seus olhos flamejantes, e por fim respondeu: 

– Já disse para você não me dirigir a palavra dessa maneira – sibilou Kesllon.

– Disse? – perguntou Cresseida. Um pequeno sorriso desenhando seus lábios. – Desculpe, eu estava ocupada demais te ignorando. 

  Kesllon avançou sobre ela, pronto para agarrar seu pescoço e apertar até que o ar fosse tirado de seus pulmões.  Mas ele parou a dez passos de Cresseida, como se algo o estivesse impedindo de continuar, como se uma mão invisível o puxasse para trás, embora ele soubesse que não havia ninguém ali , a não ser os dois.

– Eu posso te jogar naquela cela de novo agora mesmo  garota – grunhiu Kesllon, seus olhos fixos em Cresseida.

Cresseida sustentou o olhar de Kesllon e jogando seus cabelos por sobre  um ombro respondeu:

– Por favor faça isso . A escuridão é muito mais agradável de se olhar do que essa sua cara .

Kesllon tentou se aproximar de Cresseida e novamente a mão invisível o impediu . Seu olhar queimava frio dessa vez, a raiva o consumindo .

– Acho melhor você parar com essa petulância garota – sibilou Kesllon.

– Petulância é o meu sobrenome – respondeu ela com um meio sorriso no rosto.

   Ela estava o provocando, querendo que ele a atacasse, querendo que ele liberasse seu poder sobre ela . Os olhos de Cresseida se tornaram puro gelo, o azul de seus olhos recebendo um tom mais escuro , as estrelas em seu olhar cintilando.  Ela queria que ele visse em seus olhos o fim que ele receberia, toda a dor que ele sentiria, toda a tortura que ele teria de suportar .   Kesllon recuou um passo, como se Cresseida realmente o tivesse intimidado, como se ele estivesse com medo dela.

  A pequena fallon de um amplo sorriso para ele e isso o fez estremecer . Ela deu um passo na direção de Kesllon e ele recuou um para trás.

– Tenho assuntos importantes para resolver – declarou ele . – Não tenho tempo para perder com você. 

Nasce Uma Estrela (Livro 1)Where stories live. Discover now