Nasce Uma Estrela (Livro 1)

Capítulo 7

Kardam agora não passava de cinzas, o cheiro da terra queimada era tão forte que fazia os olhos de todos lacrimejarem , os feridos estavam fora de perigo, assim eles poderiam descansar. Cresseida se sentou perto de uma árvore e apoiou as costas nela, ela não falara com ninguém enquanto usava sua magia para curar os fallons, apenas mergulhou na sua fonte de poder para ajudar aquele povo.

   Seu corpo estava levemente dolorido e ela sentia uma fome imensa, como se  não comesse a dias . Sentiu uma fresca brisa no rosto e agradeceu por aquela  dádiva, observava os outros fallons se movimentarem por entre os leitos, certificando se precisavam de alguma ajuda. Mas todos ali estavam bem, graças a ela . Cresseida sorriu, se sentindo feliz por ter ajudado o povo de Kardam . Em toda sua vida ela sempre ouvira que era inútil, finalmente se provou ser útil em algo .

  Fechou seus olhos e aconchegou-se no tronco da árvore, estava quase adormecendo quando uma linda fallon de cabelos vermelhos se sentou ao seu lado. Bryer deitou Cresseida em seu colo e ficou a afagar seus cabelos, enquanto cantava uma linda canção :

  " Quando as estrelas brilham
Eu ouço o seu riso
Quando o céu se ilumina
Eu vejo o seu sorriso.
Não importa quanto tempo  passe
De você nunca me esquecerei
Não importa quanto tempo passe
Para sempre te amarei ."

  Cresseida dormia um sono tranquilo, embalada pela voz e o carinho de Bryer .

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   Quando despertou percebeu que se encontrava em seu quarto, estava com roupas limpas e com a energia renovada, no entanto ainda sentia seu estômago protestando em fome . Saiu do quarto e se encaminhou até a cozinha,  certamente Lótus teria algo preparado para ela comer .

  Mas  não foi preciso ir até a cozinha, pois braços fortes rodearam sua cintura a guiando até a mesa de doze cadeiras. Sortan lhe deu um beijo na bochecha e a fez se sentar em uma das cadeiras.

   A mesa continha mais comida do ela já vira na vida, uma infinidade de tortas, bolos, doces e variados tipos de guloseimas pareciam gritar o seu nome, como se implorassem para serem devorados . Não esperou pela permissão de ninguém, pegou uma pequena torta e se pôs a comer , a mesma era tão saborosa que parecia fazer carícias em suas papilas gustativas, ela suspirou em satisfação e continuou a aproveitar aquele manjar dos deuses .

- Está do seu agrado querida  ? - questionou Bryer sentando-se ao seu lado.

- Como não estaria? - retrucou ela . - Essa é simplesmente a melhor torta que comi na vida- completou com um caloroso sorriso.

- Ficamos muitíssimos felizes - disse Marllys se sentando também.

- Mas por quê de tudo isso ? - indagou Cresseida.

- Por sua ajuda - respondeu Bryer. - Muitos teriam morrido se você não estivesse lá .

   Cresseida concordou com a cabeça, então voltou a saborear sua torta, os outros se serviram e juntos desfrutaram de uma deliciosa refeição.

- Quando iremos? – perguntou Cresseida  terminando de comer .

- Amanhã - respondeu Marllys. - Mas talvez seja melhor esperar mais um pouco.

- Não mesmo - protestou Cresseida. - Iremos amanhã.

   Bryer arqueou uma sobrancelha para ela e se inclinou na sua direção.

- Por que temos que ir para Mirium ? - perguntou a fallon de cabelos vermelhos.

- Para pegar a espada - respondeu Cresseida se inclinando para a frente também.